Em meio a onda de calor extremo na Europa, termômetros marcam mais de 40 °C no Reino Unido pela primeira vez. Meteorologistas também preveem recordes na Alemanha. Partes do continente seguem castigadas por incêndios.
Por Redação, com DW - de Londres
A onda de calor extremo que afeta grande parte da Europa chegou ao norte do continente nesta terça-feira, com termômetros marcando mais de 40 °C no Reino Unido pela primeira vez e previsões de recordes de temperatura no oeste da Alemanha. Enquanto isso, outras partes do continente continuam sendo castigadas pelo sol escaldante que alimenta severos incêndios florestais e sobrecarrega os serviços de emergência.Alemanha em alerta
O Serviço Meteorológico Alemão (DWD, na sigla em alemão) prevê que em algumas regiões do oeste da Alemanha as temperaturas vão superar o recorde deste ano, estabelecido em 19 de junho, com 39,2 °C. A máxima absoluta na Alemanha foi registrada em julho de 2019 em Duisburg, um dos centros urbanos do oeste do país, quando foram atingidos 41,2 °C. Segundo o DWD, é possível que termômetros fiquem próximos dessa marca nesta terça. A atual onda de calor deve se espalhar até o sul do país, devendo atingir na quarta-feira algumas regiões do leste, incluindo Berlim. As autoridades alemãs apelaram à população do oeste e sul do país para que tenham a máxima cautela. A crise climática custa à Alemanha prejuízos anuais de mais de 6,6 bilhões de euros , de acordo com um estudo independente encomendado pelo Ministério da Economia e Proteção Climática. O estudo indica que esses danos foram consequência de eventos climáticos extremos causados pela crise climática, incluindo episódios recentes, como os verões excepcionalmente quentes e secos de 2018 e 2019 e as inundações de julho do ano passado no oeste do país.França
Do outro lado do Canal da Mancha, na França, uma série de povoados e cidades registraram suas temperaturas mais altas na segunda-feira, segundo o escritório nacional de meteorologia. Saint-Brieuc, na costa do Canal, atingiu 39,5°C, batendo um recorde anterior de 38,1 °C, e a cidade de Nantes, no oeste, registrou 42 °C, batendo um recorde de décadas de 40,3 °C, estabelecido em 1949. Bombeiros no sudoeste da França ainda lutavam para conter dois grandes incêndios que causaram destruição generalizada. Há quase uma semana, exércitos de bombeiros e aviões de bombardeio d'água combatem incêndios que mobilizaram grande parte da capacidade de combate a incêndios da França.
A Irlanda registrou na segunda-feira temperaturas de 33 °C em Dublin, as mais altas desde 1887, enquanto a Bélgica espera temperaturas de 40 °C ou mais.
A onda de calor é a segunda a afetar partes da Europa nas últimas semanas.
Pesquisadores da Comissão Europeia disseram que quase metade (46%) do território da UE foi exposta a níveis de seca considerados de risco, enquanto 11% estavam em nível de alerta, e as lavouras já estavam sofrendo com a falta de água.
Incêndios na França, Grécia, Portugal e Espanha destruíram milhares de hectares de florestas.
Uma área de 9 quilômetros de comprimento e 8 quilômetros de largura ainda estava em chamas perto da duna de Pilat, na França, a duna de areia mais alta da Europa, transformando paisagens pitorescas, acampamentos populares e praias imaculadas em um inferno escaldante.
– O incêndio está literalmente explodindo tudo com sua ferocidade – disse Marc Vermeulen, chefe do corpo de bombeiros local. "Troncos de pinheiros de 40 anos estão estourando."
Um total de 8 mil pessoas foi retirado de suas casas perto da duna na segunda-feira por precaução, enquanto os ventos em mudança sopravam fumaça espessa em áreas residenciais, de acordo com as autoridades.
Cerca de 32 mil turistas e residentes foram forçados a serem retirados de onde estavam na França, muitos sendo levados para abrigos de emergência.
Na noite de segunda-feira, promotores da cidade de Bordeaux, no sudoeste do país, disseram que um homem suspeito de ter iniciado um dos incêndios foi preso.