A perspectiva de um mercado mais apertado interrompeu a queda nos preços, que estavam pressionados por preocupações com uma desaceleração econômica global e altas agressivas de juros. A Rússia também reiterou esta semana que não venderá petróleo a países que adotem um teto de preço liderado pelos EUA, aumentando a incerteza da oferta.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Preço médio do diesel tende a voltar a subir nos postos, aponta estudo da Abicom
Os preços do petróleo caminhavam para o maior ganho semanal desde o início de março após a Opep+ anunciar um aperto na oferta. O West Texas Intermediate se aproxima de US$ 90 o barril em Nova York depois de um salto de mais de 12% na semana.
O Brent também superou US$ 95 pela primeira vez desde meados de setembro. Os spreads crescentes sobre os contratos para entrega mais próxima já sinalizavam escassez mesmo antes da aliança de produtores anunciar seu maior corte de produção desde o início da pandemia.
A perspectiva de um mercado mais apertado interrompeu a queda nos preços, que estavam pressionados por preocupações com uma desaceleração econômica global e altas agressivas de juros. A Rússia também reiterou esta semana que não venderá petróleo a países que adotem um teto de preço liderado pelos EUA, aumentando a incerteza da oferta.
Forte alta
Além do petróleo, o diesel também teve forte alta esta semana à medida que o mercado se prepara para uma oferta escassa durante o inverno no hemisfério norte. O combustível é negociado na Europa e nos EUA a mais de US$ 160 o barril.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados planejam reduzir a produção em 2 milhões de barris por dia a partir de novembro. No entanto, o ministro do petróleo da Arábia Saudita disse que o corte na verdade será provavelmente de cerca de 1 milhão a 1,1 milhão, porque alguns membros já estão bombeando bem abaixo de suas cotas.
O mercado parece “bastante apertado” a partir do quarto trimestre, disse James Whistler, diretor da Vanir Global Markets em Singapura. Os cortes da Opep+ deixam o mercado vulnerável diante das sanções europeias às importações da Rússia e do provável retorno da demanda chinesa no final do ano.
Reajuste
Em face do rali de preços, no exterior, o diesel no mercado brasileiro deveria subir R$ 0,62 por litro para estar alinhado ao mercado internacional, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que vê uma defasagem de 11% no preço do combustível, cujo preço tende subir ainda mais globalmente por conta da chegada do inverno no Hemisfério Norte.
“Os últimos reajustes praticados pela Petrobras, agente dominante do mercado brasileiro, foram realizados há 18 dias, no caso do diesel, e há 36 dias, no caso da gasolina. Ambos foram de queda, de 4,07% e 4,8%, respectivamente”, levantou a jornalista Denise Luna, no diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo (OESP).
Procurada pela repórter, a Petrobras afirmou em nota que “não existe uma referência única e percebida da mesma maneira por todos os agentes, sejam eles refinadores ou importadores”, e que “segue monitorando continuamente o mercado e os movimentos nas cotações de mercado do petróleo e dos derivados, que atualmente experimenta alta volatilidade”.