Ainda na Corte Suprema, o inquérito que apura as acusações do ex-ministro Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro está parado desde setembro do ano passado devido ao impasse sobre o pedido do chefe do Executivo para prestar depoimento à Polícia Federal por escrito.
Por Redação - de Brasília
Ministro da Suprema Corte, próximo à aposentadoria, o jurista Marco Aurélio Mello diz estar seguro de que o presidente do Tribunal, Luiz Fux, vai pautar a suspeição de Sergio Moro para que o julgamento seja finalizado antes de ele se aposentar, no dia 5 de julho. Marco Aurélio pediu vista para ter mais tempo de analisar o assunto no julgamento iniciado em abril. No dia 29 de abril, ele devolveu o processo, mas Fux ainda não pautou o tema, o que preocupa do ministro.
Há um temor na defesa do ex-presidente Lula de que Fux adie a conclusão do julgamento para depois da aposentadoria de Marco Aurélio, o que deixaria a situação indefinida e impedindo que os processos contra o petista sejam anulados por causa da parcialidade de Moro, destaca a jornalista Mônica Bergamo em sua coluna no diário conservador paulistano Folha de S.Paulo.
Na gaveta
Ainda na Corte Suprema, o inquérito que apura as acusações do ex-ministro Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro está parado desde setembro do ano passado devido ao impasse sobre o pedido do chefe do Executivo para prestar depoimento à Polícia Federal por escrito.
A investigação tramitou de maneira regular por 140 dias na corte e está paralisada há mais de 250 dias à espera de uma solução do plenário do STF (Supremo Tribunal Federal). A corte tem que decidir o modelo da oitiva de Bolsonaro, que pede para não depor presencialmente, como havia determinado o então relator do caso Celso de Mello.
Consequências
De acordo com a polícia, o depoimento é uma das últimas etapas da apuração, que tem o objetivo de dizer se Bolsonaro violou ou não a autonomia da PF para proteger familiares e amigos, conforme acusou Moro.
Investigadores disseram a jornalistas, em condição de anonimato, que a demora do Supremo em tomar uma decisão atrapalha as investigações e compromete a busca de provas. Por exemplo, afirmam eles, pode dificultar a coleta de novos depoimentos eventualmente necessários para contrapor ou comprovar o que Bolsonaro poderá falar em juízo.