Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2025

Presidente decidirá se promove o almirante bolsonarista Vazquez

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Sexta, 17 de Março de 2023 às 16:50, por: CdB

A Marinha, como um todo, foi o setor militar que mais reagiu à eleição do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vitorioso nas urnas contra Bolsonaro, no ano passado.


Por Redação - de Brasília

Comandante do 1º Distrito Naval, o almirante Eduardo Vazquez, identificado com a extrema direita e seguidor declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aceitou nesta sexta-feira a indicação da Marinha do Brasil para integrar a cúpula do almirantado, instância de decisão e controle da Força Naval. Seu nome, no entanto, ainda precisará ser aprovado pelo Palácio do Planalto.

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Comandante do 1º Distrito Naval, o almirante Eduardo Vazquez é identificado com a extrema direita


A Marinha, como um todo, foi o setor militar que mais reagiu à eleição do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vitorioso nas urnas contra Bolsonaro, no ano passado. O então comandante da Força, Almir Garnier, mesmo depois de proclamado o resultado do pleito, recusou-se a participar da passagem de comando para o sucessor, almirante Márcio Sampaio Olsen.

O comandante Garnier sequer aceitou conversar com o então futuro ministro da defesa do governo Lula, José Múcio, e pediu exoneração do cargo no dia 31 de dezembro, último dia do governo Bolsonaro, deixando Olsen interinamente na chefia até a sua posse, em 5 de janeiro. Em uma aparente distensão, Garnier almoçou com integrantes da cúpula da força, mas o ambiente permanece tenso até hoje.

Quatro estrelas


Outros 12 nomes na lista para os cargos de contra-almirante (duas estrelas) e vice-almirante (três estrelas) foram apresentados à cúpula do almirantado, mas Vazquez era o único com promoção sugerida a almirante de esquadra (quatro estrelas), topo da hierarquia naval. Um dia antes do almoço entre a cúpula da Marinha com Lula, nesta quarta-feira, mediado por Múcio em uma nova tentativa de distensionar a relação dos almirantes com o presidente, no entanto, os militares decidiram pela graduação de Vazquez, em um claro desprezo pela ação do ministro.

A indicação, no entanto, ainda precisará ser aprovada por Lula, que é o responsável pelas promoções decididas pelos altos comandos das forças armadas. Em uma espécie de contrapartida ao gesto de afronta ao comandante em chefe das Forças Armadas, no entanto, os militares pediram à tropa que qualquer militar filiado a partido político deixe a agremiação de imediato. Militares não podem ser integrantes de agremiações partidárias, mas levantamento da própria Marinha mostra que há casos desse tipo entre as tropas.

O proposto almirante de esquadra Eduardo Vazquez também não esconde sua proximidade ao almirante Flávio Rocha, ex-secretário de Assuntos Estratégicos do Planalto no governo passado e é conhecido por suas opiniões políticas de ultradireita e antipetista. Colegas do comandante também comentam que ele era simpático aos manifestantes golpistas e terroristas contrários a posse de Lula, acampados pelo Brasil em frente ao quartéis do Exército e responsáveis pelo quebra-quebra em 8 de Janeiro.

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