Rio de Janeiro, 28 de Junho de 2025

Preços sobem na ‘porte de fábrica’ e elevam índices de inflação

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Quarta, 29 de Setembro de 2021 às 12:57, por: CdB

Segundo o Instituto, todas as 24 atividades acompanhadas pelo IPP aumentaram de preços em agosto. Foi a segunda vez em que isso ocorreu em toda a série histórica do índice, iniciada em 2010. Em julho de 2021, 20 das 24 atividades registraram variação positiva.

Por Redação - do Rio de Janeiro
A chamada inflação da "porta de fábrica", que não considera impostos e fretes, aumentou 1,86% em agosto, na comparação com julho, apontou o Índice de Preços ao Produtor (IPP), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta foi de 23,55% no acumulado do ano e de 33,08% no acumulado em 12 meses até agosto.
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O dinheiro brasileiro tem se desvalorizado, dia após dia, devido à crise político-econômica porque passa o país
Segundo o Instituto, todas as 24 atividades acompanhadas pelo IPP aumentaram de preços em agosto. Foi a segunda vez em que isso ocorreu em toda a série histórica do índice, iniciada em 2010. Em julho de 2021, 20 das 24 atividades registraram variação positiva. O IPP da indústria é formado por dois índices: o da indústria de transformação e o da indústria extrativa. A taxa na indústria de transformação ficou em 1,91% em agosto. O IPP da indústria extrativa subiu 1,16% em agosto. As 24 atividades pesquisadas registraram alta de preços, o que só havia ocorrido em agosto de 2020, afirmou o IBGE, responsável pelo levantamento. Em julho, o IPP também havia apresentado variação de 1,86%. Mas a difusão havia sido menor naquele mês, com avanço de preços em 20 atividades.

Real em queda

Conforme o IBGE, o índice atingiu a marca de 23,55% no acumulado do ano até agosto. O resultado supera a taxa acumulada ao longo de todo o ano passado (19,38%). Em 12 meses, até agosto, a alta é de 33,08%. O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta de entrada das fábricas”, sem efeito de impostos e fretes. Ou seja, capta os valores de mercadorias usadas nas linhas de produção. Durante a pandemia, parte dos insumos industriais ficou mais cara em razão do dólar mais alto. Com o real desvalorizado, o preço das commodities avança, pressionando empresas que dependem de mercadorias importadas. — A demanda aquecida do comércio internacional e a desvalorização do real frente ao dólar vêm impactando os preços industriais no mercado interno. O movimento dos preços do minério de ferro e do óleo bruto do petróleo, por exemplo, afeta de forma quase direta os setores de químicos, de refino e de metalurgia — afirmou Manuel Souza Neto, gerente do IPP.

Inverno

Em agosto, o setor de alimentos foi o que mais influenciou o IPP, com impacto de 0,51 ponto percentual no resultado. A alta verificada no segmento foi de 2,19%. Segundo o IBGE, os aumentos nos preços das carnes e miudezas de aves congeladas estiveram entre as principais influências na indústria de alimentos. — A elevação dos preços foi impactada tanto pelo aumento de custo na criação dos animais quanto pela maior demanda. Além das exportações, também houve o impacto do mercado interno, com a volta às aulas presenciais e a tendência de substituição da carne bovina pela de frango — disse Souza Neto. De acordo com o pesquisador, a combinação de entressafra e fatores ligados ao clima ainda contribuiu para elevar os preços de parte dos alimentos. — A produção de leite esterilizado (UHT/Longa Vida) foi influenciada pela seca do meio do ano, que diminuiu a captação nas bacias leiteiras. Com isso, o preço do produto e de todos os seus derivados aumentou. O café torrado e moído sofreu a influência do inverno rigoroso, com geadas em regiões produtoras importantes, o que também impactou a safra da cana-de-açúcar e seus derivados — concluiu.
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