Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2025

Por que o Sionismo é uma política genocida?

Arquivado em:
Sexta, 03 de Novembro de 2023 às 09:55, por: CdB

O genocídio se refere a atos sistemáticos e deliberados com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo étnico, racial, religioso ou nacional. Além disso, a discriminação e a incitação ao ódio também são fatores importantes a serem considerados.


Por Pedro Luiz Teixeira de Camargo (Peixe) – de Brasília


O genocídio é uma característica que tem sido objeto de estudo e debate dentro da comunidade acadêmica e do direito internacional. Ele se refere a atos sistemáticos e deliberados com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo étnico, racial, religioso ou nacional. Esses atos podem incluir homicídios em massa, perseguições, deslocamentos forçados, entre outros, e são frequentemente acompanhados de discriminação e violência sistemática. Para considerar os ataques de Israel à Palestina como atos do tipo, é necessário analisar os eventos à luz do quadro conceitual do genocídio, especialmente à luz da Convenção para a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio de 1948.




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Faixa de Gaza destruída

Esta situação é complexa e não pode ser reduzida a uma análise simplista, mas vários elementos apresentam fortes argumentos para esta possibilidade. Primeiramente, a presença de um grupo étnico, os palestinos, que são alvo de violência sistemática por parte do Estado de Israel. Isso inclui operações militares em grande escala, bloqueio de Gaza e restrições à mobilidade, o que pode ser interpretado como uma tentativa de destruição parcial da população árabe (sem contar os bombardeios que estamos vendo deste a última semana).


Além disso, a discriminação e a incitação ao ódio também são fatores importantes a serem considerados. As políticas de assentamento israelenses em territórios palestinos ocupados levaram à expulsão destes de suas terras ancestrais, o que pode ser visto também como parte de uma estratégia de enfraquecimento de sua identidade e, portanto, destruição parcial do grupo.



Recursos essenciais


A negação de acesso a recursos essenciais, como água e cuidados médicos, nas áreas árabes, também corrobora com estes argumentos. A privação sistemática de tais recursos pode ser interpretada como uma tentativa de causar condições de vida insuportáveis, que também se encaixa na definição apresentada acima.


Outro ponto de preocupação é a utilização de força militar desproporcional em conflitos (como o que estamos vendo), resultando em um número imenso de vítimas civis palestinas. Esses eventos mostram uma completa desproporcionalidade dos meios empregados, elemento importante em nossa análise.


Além disso, é importante destacar que organizações internacionais e relatórios de direitos humanos têm documentado essas preocupações em relação aos ataques em questão. As ações de tais instituições também fornecem argumentos adicionais em favor da interpretação desses eventos como ações de extermínio étnico.


Dessa forma, podemos entender que os ataques de Israel à Palestina à luz do quadro conceitual apresentado, evidenciam uma tentativa clara de genocídio. Os elementos de discriminação sistemática, a orientação imposta, a privação de recursos essenciais e o uso desproporcional da força são fatores que justificam esta afirmativa. E olha que nem estamos debatendo a fundo o massacre de civis que vimos nos últimos dias, mas realizando uma breve análise histórica do conflito.


Portanto, é essencial que a comunidade internacional, em especial a ONU, tome alguma providência antes que o exército sionista termine de varrer o povo palestino do pouco território que lhes resta, destruindo um povo que vive lá há milênios. A busca pela paz precisa ser maior que os argumentos pueris dos que buscam justificar o injustificável, ou seja: o genocídio étnico!


Pedro Luiz Teixeira de Camargo (Peixe), é biólogo e professor, Doutor em Ciências Naturais e Docente do IFMG – Campus Piumhi. Atualmente é Secretário Regional Adjunto da SBPC-MG.


As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil




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