Segundo as investigações, o grupo criminoso se apresentava como integrantes de uma suposta organização não governamental (ONG) e abordava as vítimas.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, na manhã desta quarta-feira, uma operação contra uma quadrilha especializada em aplicar golpes financeiros em idosos beneficiários do INSS. Agentes da 26ª Delegacia de Polícia (Todos os Santos) cumpriram cinco mandados de busca e apreensão em diferentes bairros da Zona Oeste e Norte da capital: Campo Grande, Bangu, Realengo e Irajá.

Segundo as investigações, o grupo criminoso se apresentava como integrantes de uma suposta organização não governamental (ONG) e abordava as vítimas com a promessa de entrega de cestas básicas como parte de um falso programa de assistência social.
Durante a abordagem, os estelionatários tiravam fotos dos idosos e coletavam dados pessoais sob o pretexto de realizar o cadastro no tal benefício. Com essas informações, eles conseguiam abrir contas bancárias e contratar empréstimos consignados em nome das vítimas, comprometendo os benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social.
Bancos e instituições financeiras
De acordo com os policiais responsáveis pela apuração, os criminosos utilizavam os dados e imagens dos idosos para burlar os sistemas de reconhecimento facial e biometria dos bancos e instituições financeiras. Os valores obtidos por meio dos empréstimos fraudulentos eram distribuídos entre várias contas bancárias, dificultando o rastreamento do dinheiro. Em seguida, os recursos eram repassados ao homem apontado como líder da quadrilha.
A Polícia Civil informou que os investigados responderão pelos crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As apurações seguem em andamento para identificar novos envolvidos e possíveis vítimas que ainda não tenham denunciado os golpes.
Operação Rastreio
A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) inicia, na segunda-feira, uma ação para recuperar aparelhos de telefone celular furtados ou roubados. O trabalho é parte da Operação Rastreio, maior iniciativa do estado do Rio de Janeiro para combater toda a cadeia criminosa que envolve a subtração e a receptação de celulares.
A partir de segunda-feira, usuários dos aparelhos identificados ao longo das investigações da Polícia Civil serão intimados a entregar voluntariamente os dispositivos nas delegacias de todo o estado. O aviso será enviado por whatsapp, a partir dos números institucionais das unidades. O prazo será de 72 horas para comparecer às delegacias com os telefones.
Quem não entregar será responsabilizado criminalmente por receptação. Por isso, é fundamental que, caso a pessoa tenha qualquer impedimento de cumprir o prazo, faça contato com o telefone da delegacia – o mesmo que enviou a mensagem – para explicar a situação.
– O crime de receptação pode parecer inofensivo, mas é o que move toda a cadeia criminosa. Os roubos e furtos só ocorrem porque há quem pague pelo celular. Esses aparelhos que estamos buscando recuperar podem ter custado vidas – afirma o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
A devolução ocorrerá obrigatoriamente no interior das delegacias, para um policial, onde será formalizado o auto de entrega. Todos os celulares serão periciados e, posteriormente, restituídos aos legítimos proprietários, muitos deles ainda pagando o parcelamento da compra. É uma iniciativa, inclusive, para beneficiar financeiramente as vítimas.
O secretário de Polícia Civil dá dicas para que os consumidores não caiam em cilada e acabem sendo investigados por receptação. “Nunca compre um aparelho sem saber a procedência. Procure estabelecimentos de confiança, desconfie de preços abaixo dos praticados no mercado e sempre exija a nota fiscal”, destaca o delegado Felipe Curi.
Desde o início da “Operação Rastreio”, em maio deste ano, as ações coordenadas já resultaram em mais de 800 aparelhos recuperados. Até o momento, mais de 50 envolvidos na cadeia criminosa foram presos.