Rio de Janeiro, 03 de Setembro de 2025

Polícia faz ação contra criminosos no Chapadão e em áreas da Zona Oeste

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Segunda, 01 de Setembro de 2025 às 10:40, por: CdB

Ações buscam reprimir disputas territoriais, tráfico de drogas e roubos de veículos nas comunidades.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

A Polícia Militar realizou, nesta segunda-feira  operações no Complexo do Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio, e nas comunidades Terreirão, Fontela e Pombo Sem Asa, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Nas duas ações, os agentes buscam reprimir a movimentação de criminosos, tráfico de drogas, roubo de veículos e desobstruir as vias.

Polícia faz ação contra criminosos no Chapadão e em áreas da Zona Oeste | Policiais do Comando de Operações Especiais
Policiais do Comando de Operações Especiais

Na região do Complexo do Chapadão, a operação teve início por volta das 06h50 e moradores registaram a movimentação de policiais do Comando de Operações Especiais (COE) armados com fuzis, pelas ruas da comunidade. Segundo a PM, os agentes atuam mirando criminosos envolvidos em disputas territoriais, além de reprimir os roubos de veículos e de cargas nas principais vias que dão acesso à localidade. Neste domingo, traficantes do Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP) voltaram a se enfrentar na região e houve intenso tiroteio.

Até o momento, não há registro de prisões ou apreensões. Uma unidade de saúde suspendeu as atividades na região, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Segundo a Secretaria de Estado de Educação, escolas da rede estadual continuam funcionando normalmente.

PM na Zona Oeste

Já na Zona Oeste, policiais do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) seguem nas comunidades Terreirão, Fontela e Pombo Sem Asa com apoio do Batalhão de Ação com Cães (BAC). O Fontela tem sido palco de disputas territoriais entre o CV e o TCP, além de milícias locais, desde que o lugar foi dominado pela facção Comando Vermelho em 2023.

A operação não influenciou no funcionamento de escolas estaduais nas regiões, que funcionam normalmente segundo a Secretaria de Estado de Educação.

Ainda não há registro de presos e apreensões.

Rede criminosa do PCC em postos

Mensagens de texto interceptadas pela Polícia Federal revelam que os investigados na Operação Tank, deflagrada na última quinta-feira, tinham conhecimento prévio de fiscalizações em postos de combustíveis. Os diálogos, divulgados pelo Fantástico, mostram integrantes ligados ao PCC reclamando da movimentação dos agentes e cogitando até o uso de armas de fogo em caso de confronto.

Seis pessoas foram presas, entre elas o empresário Rafael Renard Gineste, localizado escondido em uma lancha de luxo em Bombinhas (SC). Outro alvo, Thiago Augusto de Carvalho Ramos, foi flagrado em mensagens com a frase: “Pistola na cintura e diesel, pai!”.

Estrutura milionária

O esquema operava a partir do Porto de Paranaguá, por onde entravam ilegalmente produtos químicos como metanol e nafta, destinados à adulteração de combustíveis. O grupo chegou a adquirir usinas de etanol no interior paulista, pagando até 43% acima do valor de mercado, com o objetivo de lavar dinheiro.

Entre as empresas investigadas estão a distribuidora Duvale, de Jardinópolis (SP), e a G8Log, ligada a Mohamad Hussein Mourad, conhecido como Primo, apontado como peça central das operações. Já Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, seria responsável por administrar as empresas Copape e Aster, usadas nas fraudes fiscais.

Expansão nacional

As irregularidades atingiam cerca de 1,2 mil postos de combustíveis em diversas cidades do país. Em fiscalizações da ANP, foram identificadas misturas ilegais que chegavam a 50% de metanol na gasolina e até 90% no etanol.

Para movimentar os valores, fintechs eram utilizadas como fachada. A principal, a BK Instituição de Pagamento, teria girado R$ 46 bilhões em cinco anos. Parte dos recursos chegava a fundos de investimento que compravam fazendas, empresas e bens de luxo, muitos deles na região da Faria Lima, em São Paulo. Segundo a Receita, pelo menos 40 fundos, com patrimônio de R$ 30 bilhões, estavam sob controle do grupo.

Megaoperação nacional

A ofensiva reuniu mais de 1,4 mil agentes em oito estados e resultou em 350 mandados de busca e apreensão. Foram três operações simultâneas: Carbono Oculto, do Ministério Público de São Paulo e da Receita Estadual; além de Quasar e Tank, conduzidas pela PF e Receita Federal.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, classificou a ação como “uma das maiores da história contra o crime organizado”. Já o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que será apurada a possibilidade de vazamento de informações, já que apenas seis dos 14 alvos de prisão foram encontrados.

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