Procon-RJ e Secretaria de Defesa do Consumidor identificaram falta de medicamentos, atrasos em sessões e estrutura precária no centro oncológico da Unimed Ferj, na Zona Sul do Rio.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Unimed Ferj foi autuada por órgãos de defesa do consumidor após uma fiscalização revelar falhas graves no atendimento a pacientes em tratamento de câncer. O centro oncológico “Espaço Cuidar Bem”, localizado em Botafogo, Zona Sul do Rio, foi alvo de ação conjunta do Procon-RJ e da Secretaria Estadual de Defesa do Consumidor na segunda-feira.
De acordo com os fiscais, a clínica apresentava sérias irregularidades, incluindo falta de medicamentos essenciais para sessões de quimioterapia, atrasos mesmo em consultas previamente agendadas e longas esperas que ultrapassavam três horas. Também foram constatados problemas estruturais, como ambiente mal ventilado, e ausência de canais de comunicação eficazes. Pacientes relataram que, em muitos casos, só conseguem informações presencialmente, o que dificulta o acompanhamento de quem está debilitado.
O órgão destacou ainda que mudanças recentes no modelo de atendimento resultaram no descredenciamento de clínicas e profissionais, além da interrupção do fornecimento de medicamentos. Para os pacientes, o novo espaço não comporta a demanda, provocando atrasos e insegurança em relação à continuidade dos tratamentos.
Pacientes
O secretário estadual de Defesa do Consumidor, Gutemberg Fonseca, condenou a situação: “É inaceitável que pacientes oncológicos estejam sendo submetidos a essa situação de desamparo, sem medicamentos, em ambientes inadequados e com longas horas de espera. Estamos tratando de vidas. A Unimed Ferj responderá por cada falha identificada. Saúde não é favor, é direito.”
A operadora será notificada e deverá apresentar explicações formais. Até o fechamento desta reportagem, a Unimed Ferj não havia se manifestado sobre a autuação. Em nota enviada na semana anterior, a empresa negou a falta de medicamentos e afirmou que eventuais problemas decorrem da migração de dados entre prestadores, reforçando que “o cuidado com o paciente e a segurança no tratamento são prioridades”.