As investigações apontam ainda que os militares procurados atuavam dentro dos próprios batalhões para intermediar negociações ilegais.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Dois policiais militares investigados por participação no grupo de extermínio apontado como o ‘Novo Escritório do Crime’ estão presos na Unidade Prisional da corporação em Niterói, na Região Metropolitana. A organização criminosa é suspeita de vender armas apreendidas em operações policiais e de executar assassinatos sob encomenda.

O cabo Diogo Briggs Climaco das Chagas, conhecido como ‘Briggs’, se entregou na segunda-feira, na delegacia de Jacarepaguá. Ele passou por audiência de custódia, e a Justiça decidiu manter sua prisão.
Na noite de terça, o tenente Alessander Ribeiro Estrella Rosa, conhecido como ‘Tenente Alessander’, também se apresentou na Delegacia Judiciária da PM em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A audiência de custódia dele será nesta quarta-feira.
Segundo as investigações, o grupo é comandado de dentro da prisão por Thiago Soares Andrade Silva, ex-policial militar preso desde 2023.
Outros envolvidos na organização são:
André Costa Bastos, o Boto (preso)
Rodrigo de Oliveira Andrade de Souza, o Rodriguinho (preso)
Anderson de Oliveira Reis Viana, o Papa (foragido)
Diony Lancaster Fernandes do Nascimento, o Diony (preso)
Vitor Francisco da Silva, o Vitinho Fubá (foragido)
Todos foram denunciados à Justiça pelos crimes de organização criminosa armada, sequestro e comércio ilegal de armas de fogo e munições. Segundo as investigações, parte do armamento negociado pelo grupo era desviada de apreensões feitas pela própria polícia e revendida no mercado clandestino, fortalecendo a estrutura da quadrilha.
Entre os crimes atribuídos à organização está o assassinato de Fábio Romualdo Mendes, executado a tiros dentro do carro, em setembro de 2021, na região de Vargem Pequena, Zona Oeste do Rio. O outro homicídio ocorreu em 4 de outubro do mesmo ano, quando Neri Peres Júnior foi morto numa emboscada em via pública, no bairro de Realengo. Segundo o Gaeco, a vítima foi alvejada com disparos de fuzil.
Policiais eram negociadores
As investigações apontam ainda que os militares procurados atuavam dentro dos próprios batalhões para intermediar negociações ilegais. Parte das armas e munições comercializadas pelo grupo era desviada de grandes apreensões realizadas pelas polícias Civil e Militar.
Em uma das conversas interceptadas, Bruno Estilo cita diretamente o cabo Diogo Brigs Climaco, do 9º BPM (Rocha Miranda), como parceiro nas transações clandestinas.
– Eu acho que tu pegou a pistola dele uma vez, mano. Ele é aqui do 18, cara, é o Briggs. Tá me dando várias moral, vendendo várias paradas – disse.
Em nota, a Polícia Militar informou que apoiou a operação do Gaeco e destacou que um dos policiais procurados já se encontra preso.