O levantamento, realizado entre os dias 10 e 11 de junho, aponta um cenário de empate técnico entre Tarcísio e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um eventual segundo turno.
Por Redação – de São Paulo
Inelegível e a ponto de ser preso após o julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal, o ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) perde, definitivamente, a condição de competir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas próximas eleições. É o que mostra a nova pesquisa do DataFolha, divulgada neste sábado. Em seu lugar, aparece o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

O levantamento, realizado entre os dias 10 e 11 de junho, aponta um cenário de empate técnico entre Tarcísio e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um eventual segundo turno, um resultado que certamente ecoará nos bastidores da política.
Até agora, Tarcísio vinha perdendo para Lula por 48% a 39%. A pesquisa, no entanto, mostra hoje uma disputa acirrada, com Lula marcando 43% e Tarcísio 42%, uma diferença que está dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O desempenho coloca o governador paulista como o nome mais competitivo da direita elegível para enfrentar o atual presidente.
Segundo turno
Apesar do bom desempenho de Tarcísio, embora Bolsonaro permaneça inelegível até 2030, ainda mantém um peso significativo no cenário político. A pesquisa mostra que ele ainda empata tecnicamente com Lula em um cenário de primeiro turno, com o petista numericamente um ponto à frente (36% a 35%). Em um eventual segundo turno contra Bolsonaro, Lula também estaria em empate técnico, com 44% a 45% para o ex-presidente.
A influência política de Bolsonaro, portanto, cria um desafio para Tarcísio e outros nomes da direita. O governador de São Paulo, “cioso do eleitorado bolsonarista”, somente consideraria uma candidatura ao Palácio do Planalto se tivesse o apoio explícito de seu padrinho político.
Bolsonaro, porém, aponta em outro sentido, incluindo manter-se relevante enquanto enfrenta processos judiciais e a ameaça de lançar algum parente para a disputa, em um cenário de incerteza para o restante da direita.
Opções
O estudo mostra, ainda, a simulação de outros cenários com nomes da família Bolsonaro. Contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Lula ganharia por 46% a 42%. Já contra os filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Lula teria uma vantagem mais ampla em segundo turno, vencendo Eduardo por 46% a 38% e Flávio por 47% a 38%.
Esses resultados reforçam a percepção de que, entre os nomes elegíveis da direita, Tarcísio é o que apresenta maior potencial para desafiar Lula. A pressão sobre ele, portanto, tende a aumentar, à medida que se aproxima o pleito de 2026 e a direita busca um nome capaz de unificar suas bases e disputar de igual para igual com o atual presidente.
Ainda há muitas variáveis em jogo, especialmente a decisão de Jair Bolsonaro sobre seu apoio e o papel que desempenhará no próximo ciclo eleitoral. A pesquisa Datafolha, contudo, é um claro indicativo de que a candidatura de Tarcísio de Freitas é uma possibilidade real para a disputa.