Rio de Janeiro, 25 de Junho de 2025

ONU registra tortura e mortes de detentos sob custódia do Talebã

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Quarta, 20 de Setembro de 2023 às 12:51, por: CdB

A Missão da ONU no Afeganistão (Unama) disse que 18 pessoas também morreram em prisões e sob custódia da polícia e da inteligência nos 19 meses encerrados em julho de 2023.


Por Redação, com Reuters - de Nova York


A Organização das Nações Unidas (ONU) registrou mais de 1,6 mil incidentes de violações de direitos contra pessoas detidas pelas autoridades talebãs, quase metade por atos de tortura e maus-tratos, principalmente por policiais e agentes de inteligência, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira.




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Relatório cita maus-tratos por policiais e agentes da inteligência

A Missão da ONU no Afeganistão (Unama) disse que 18 pessoas também morreram em prisões e sob custódia da polícia e da inteligência nos 19 meses encerrados em julho de 2023.


Os talebãs têm contratado e controlado a polícia e a agência de inteligência desde que assumiram o controle do país com a retirada das forças estrangeiras em 2021.


"Nas tentativas de extrair confissões ou outras informações, os detidos foram submetidos a dor e sofrimento severos, por meio de espancamentos físicos, choques elétricos, asfixia, posições de estresse e ingestão forçada de água, bem como ameaças", disse a Unama em um comunicado.


Outras violações incluíram não ser informado sobre o motivo da prisão, não ter acesso a um advogado e cuidados médicos inadequados durante a custódia.


Cerca de uma em cada 10 violações foi contra mulheres. Jornalistas e membros da sociedade civil representaram quase um quarto das vítimas das violações.


Talebã


Em uma resposta publicada com o relatório, o Ministério das Relações Exteriores liderado pelo Talebã disse que o número de violações relatadas não era exato, especialmente o número de jornalistas ou defensores da sociedade civil afetados.


O ministério afirmou que as autoridades e o judiciário estavam trabalhando para aumentar a supervisão e garantir o cumprimento dos decretos do líder supremo que proibiam a tortura ou confissões forçadas.


A ONU disse que os decretos e a permissão de acesso às prisões eram "sinais encorajadores", mas pediu mais ações para corrigir a situação.


– Esses casos documentados destacam a necessidade de ação urgente e acelerada por parte de todos – disse Roza Otunbayeva, representante especial do secretário-geral para o Afeganistão e chefe da Unama. "Há uma necessidade urgente de considerar um maior envolvimento com as autoridades de fato para acabar com essas práticas."




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