Haddad adiantou, ainda, que o governo não está fixado no prazo de 1º de agosto que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs sobre a taxa.
Por Redação – de Brasília
Vice-presidente da República, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e principal negociador do Brasil com os Estados Unidos sobre a tarifa imposta de 50% contra os produtos brasileiros, Geraldo Alckmin teve na véspera uma terceira e longa conversa com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse nesta terça-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a apenas três dias antes do prazo para a imposição das sanções.

Haddad adiantou, ainda, que o governo não está fixado no prazo de 1º de agosto que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs sobre a taxa, afirmando que a preocupação com uma data poderia inibir que as negociações sejam feitas com “liberdade e sinceridade”.
— Alckmin tem feito um esforço monumental de conversar com sua contraparte. (Na véspera) mesmo houve a terceira e mais longa conversa que tiveram. Não estou muito fixado na data, porque se ficarmos apreensivos com ela, podemos inibir que a conversa transcorra com mais liberdade e sinceridade entre os dois países. Nós vamos prosperar com as negociações — afirmou o ministro.
Acordo
Haddad reconheceu que há a possibilidade de os EUA estenderem o prazo estabelecido por Trump para a taxação, mas disse não saber se isso acontecerá, uma vez que a imposição da data pelo presidente norte-americano foi uma ação “unilateral”.
Segundo o ministro, o plano de contingência do governo para caso a tarifa entre em vigor está sendo analisado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com “muita tranquilidade”, ponderando sobre os “vários cenários” apresentados a ele.
— Estamos confiantes de que preparamos um trabalho que vai permitir ao Brasil superar esse momento. (Mas) quem vai decidir a escala, o montante, a oportunidade, a conveniência e a data é o presidente — continuou.
Elaboração
Às vésperas da entrada em vigor da tarifa de 50% Alckmin afirmou também aos jornalistas que o Brasil está conversando “com reservas” com o governo norte-americano e reafirmou que o plano de contingência está em elaboração, mas disse que o foco nesta semana está nas negociações comerciais.
— Nós estamos permanentemente no diálogo e quero dizer a vocês que nós estamos dialogando neste momento pelos canais institucionais e com reserva — disse Alckmin.
O vice-presidente não deu detalhes sobre as conversas com os Estados Unidos nem sobre o plano de contingência em elaboração para ajudar os setores afetados pela taxação.
— O plano de contingência está sendo elaborado, bastante completo, bem feito — acrescentou.
Soluções
No front externo, o grupo de oito senadores brasileiros que está em Washington tenta abrir um canal de diálogo com congressistas norte-americanos e discutir soluções para o ‘tarifaço’ imposto por Trump.
Nesta manhã, os senadores se reuniram com representantes da Embaixada do Brasil, empresários e seis congressistas, entre Republicanos e Democratas, para discutir soluções para as tarifas, previstas para começar a ser aplicadas na próxima sexta-feira.
— A partir do momento que a gente conquistar isso [o distensionamento], eu penso que a missão já vai ter o seu primeiro ponto no sentido de proporcionar ambiente e caminho para que quem tenha prerrogativa de negociar, que não somos nós, e sim o governo federal, possa assim fazer — resumiu o senador Nelsinho Trad ((PSD-MS).