Segunda, 28 de Fevereiro de 2022 às 13:54, por: CdB
Segundo o assessor do Gabinete do Presidente ucraniano, Mikhail Podolyak, a principal meta das negociações desta segunda-feira era a questão do cessar-fogo no território da Ucrânia, o que não foi alcançado.
Por Redação, com agências internacionais - de Moscou e Kiev
O assessor do Gabinete do Presidente ucraniano, Mikhail Podolyak, disse que as delegações terminaram as conversações e vão partir para suas capitais para consultas antes de uma segunda rodada. Rússia e Ucrânia se reuniram pela primeira vez desde o início da operação especial militar russa, na última quinta-feira.
As delegações russa e ucraniana concordaram em estender as negociações
Segundo o assessor do Gabinete do Presidente ucraniano, Mikhail Podolyak, a principal meta das negociações desta segunda-feira era a questão do cessar-fogo no território da Ucrânia, o que não foi alcançado. Depois do quinto dia de operação especial os representantes de Rússia e Ucrânia foram até a Belarus e definiram vários temas-chave que serviram de base para o primeiro esboço das decisões.
A expectativa, para Podolyak, é que na segunda rodada de negociações ambos os lados apresentarão bases práticas para a resolução das tensões na região.
Panorama
O assessor presidencial do governo russo, Vladimir Medinsky, confirmou que ambos, Rússia e Ucrânia, combinaram continuar as conversações nos próximos dias. Ainda de acordo com Medinsky, as delegações concordaram previamente em realizar a segunda rodada na fronteira entre Belarus e Polônia.
O chefe do Comitê dos Assuntos Internacionais da câmara baixa do Parlamento russo, Leonid Slutsky, também membro da delegação russa, confirmou que as delegações encontraram vários pontos em comum e espera que, a partir disso, seja possível obter progresso.
— Uma conversa aconteceu. O que será depois, os próximos dias vão mostrar — afirmou Slutsky que completou indicando que "o maior resultado desta segunda-feira é que os lados estão ouvindo um ao outro”.
Para o chefe do Comitê russo, há esperanças de que as conversações entre a Rússia e Ucrânia levem a um resultado positivo. Caso o resultado não saia como o esperado, então o trabalho seria descontinuado. A delegação ucraniana partiu de Gomel, no início da noite, logo depois da reunião em seus helicópteros.
Conversas
As negociações entre representantes da Rússia e da Ucrânia começaram nesta segunda-feira na fronteira da BIelorrússia, no momento em que a Rússia enfrenta o aumento do isolamento econômico quatro dias depois de invadir a Ucrânia, no maior ataque a um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
As forças russas capturaram duas pequenas cidades no Sudeste da Ucrânia e a área em torno de uma usina nuclear, informou a agência de notícias Interfax, mas enfrentam dura resistência em outras partes do país.
As conversas começam com o objetivo de um cessar-fogo imediato e a retirada do Exército russo, disse a Presidência da Ucrânia, depois de um avanço da Rússia considerado mais lento que o esperado.
Nuclear
A Rússia tem sido cautelosa sobre as negociações, e o Kremlin se recusa a comentar qual o seu objetivo. Não está claro se será possível ter algum progresso depois de o presidente Vladimir Putin por as forças nucleares russas em alerta nesse domingo.
As negociações estão ocorrendo na fronteira da Bielorrússia, aliado russo, onde foi aprovada na véspera a nova Constituição do país, que retirou o status de não nuclear, no momento em que o aliado russo se tornou plataforma de lançamento de ataques contra a Ucrânia.
"Queridos amigos, o presidente da Bielorrússia me pediu para dar as boas-vindas a vocês e facilitar o trabalho o máximo possível. Como foi acordado com os presidentes (Volodymyr) Zelenskiy e Putin, podem se sentir completamente seguros", disse o ministro das Relações Exteriores da Bielorrússia, Vladimir Makei, no início das reuniões, de acordo com postagem do ministério no Twitter.
Mais armas
Parceiros da aliança de defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderada pelos EUA, estão fornecendo à Ucrânia mísseis de defesa aérea e armas antitanque, disse o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg em um tuíte.
O Kremlin acusou a União Europeia de comportamento hostil, acrescentando que o fornecimento de armas para a Ucrânia estava desestabilizando a região e provou que a Rússia estava certa em seus esforços para desmilitarizar o vizinho.
"Não apenas na administração presidencial, mas em toda a Rússia, a grande maioria da população tem amigos ou parentes que moram na Ucrânia. Naturalmente, o coração de todos está dolorido pelo que está acontecendo com esses parentes", lamentou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.