Domingo, 10 de Novembro de 2019 às 14:28, por: CdB
O governo do Chile poderá reduzir, mais uma vez, sua expectativa de crescimento econômico para 2020 e que “não se pode descartar” que em 2019 o PIB fique abaixo de 2%.
Por Redação, com Reuters - de Santiago
Modelo econômico ideal para o ministro brasileiro da Economia, Paulo Guedes, o Chile se contorce em uma de suas mais agudas crises sociais, em face exatamente do programa neoliberal implantado, durante a ditadura do general Augusto Pinochet. Neste domingo, o ministro chileno da Fazenda, Ignacio Briones, admite o fracasso do sistema.
Ministro da Economia, Paulo Guedes segue no rumo do Chile, que vive uma de suas mais agudas crises sociais
De acordo com Briones, o governo do Chile poderá reduzir, mais uma vez, sua expectativa de crescimento econômico para 2020 e que “não se pode descartar” que em 2019 o PIB fique abaixo de 2%. Em entrevista publicada neste domingo pelo jornal La Tercera, Briones afirmou que há “sinais bastante preocupantes” que permitem prever que o último trimestre deste ano será “muito ruim”, em meio à onda de protestos sociais que sacode o Chile há mais de três semanas.
— Ajustamos para baixo nossa projeção de crescimento, de 3,3% para 2,3% (para 2020) e, se precisarmos revisá-la novamente, o faremos. Não se pode descartar que se cresça menos de 2% este ano. Alguém pode pensar que o que está acontecendo não afeta o crescimento? Que a situação de desordem que temos não afeta o crescimento? Que a situação de irrupção social e anormalidade não afeta? — questionou o ministro.
Expansão
Ainda segundo o ministro, “a economia de mercado não é incompatível com uma agenda social potente e um Estado tremendamente eficiente”. Nesta semana, o governo reduziu suas estimativas de crescimento para este ano e o próximo em meio à onda de protestos contra o governo e o modelo econômico. As manifestações deixaram pelo menos 20 mortos, centenas de feridos e grandes danos na infraestrutura e no comércio.
Até agora, para 2019 o governo prevê uma expansão de 2%, com um intervalo entre 1,8% e 2,2%, ante estimativa anterior de 2,6%.