Rio de Janeiro, 26 de Julho de 2025

Lula sugere imposto internacional pela proteção ao planeta

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Quarta, 13 de Dezembro de 2023 às 21:04, por: CdB

O Brasil exerce a Presidência do G20 desde o dia 1º de dezembro de 2023 até 30 de novembro do ano que vem. Este é o principal fórum de cooperação política e econômica, entre outros fóruns internacionais.


Por Redação - de Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu, nesta quarta-feira, a criação de um imposto internacional capaz de financiar o desenvolvimento sustentável e a sobrevivência no planeta. Lula participou, nesta manhã, da reunião conjunta das trilhas de Sherpas e de Finanças do G20, grupo que reúne os países com as 20 maiores economias do mundo.

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Lula recebe a Presidência do G20 das mãos do dirigente indiano Narendra Modi


O Brasil exerce a Presidência do G20 desde o dia 1º de dezembro de 2023 até 30 de novembro do ano que vem. Este é o principal fórum de cooperação política e econômica, entre outros fóruns internacionais.

 

Reforma


Uma das prioridades do mandato brasileiro, segundo definiu o Itamaraty, é a defesa da reforma das instituições de governança e de financiamento global, que reflita a geopolítica do presente. Lula propõe, ainda, que a dívida externa dos países mais pobres, em especial da África, seja equacionada.

— Os bancos multilaterais de desenvolvimento devem ser maiores, melhores e mais eficazes, destinando mais recursos, e de forma mais ágil, para iniciativas que realmente façam a diferença. A tributação também é essencial para corrigir disparidades socioeconômicas entre países e dentro deles. Sistemas tributários justos baseiam-se na progressividade e na transparência. Incidem não apenas sobre a renda, mas também sobre a riqueza, e coíbem a evasão fiscal dos super ricos — afirmou o presidente, após sugerir a instauração de mecanismos de taxação internacional.

 

Dívida


Ao assumir a liderança do bloco, o presidente brasileiro externa a necessidade da mudança no modelo atual de governança das Nações Unidas (ONU), criado depois da Segunda Guerra Mundial, o qual considera anacrônico e que não representa mais a geopolítica do século XXI.

Segundo Lula, é preciso uma representação adequada de países emergentes em órgãos como o Conselho de Segurança da ONU e em instituições de financiamento como o Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para o líder brasileiro, a dívida dos países pobres constitui uma fonte permanente de instabilidade política, sobre a qual os devedores também deveriam “se sentar à mesa para resguardar suas prioridades nacionais”.

— Cerca de 70 países, muitos deles na África, estão insolventes ou próximos da insolvência. Quase metade da população mundial, 3,3 bilhões de pessoas, vive em países que destinam mais recursos para o pagamento do serviço da dívida do que para a educação ou a saúde — alertou.

 

Fundos


De acordo com o presidente, seu objetivo é “encorajar instituições financeiras internacionais a cortarem sobretaxas, aumentarem o volume de recursos concessionais e criarem fórmulas para reduzir riscos”.

— Precisamos de um regime mais equitativo de alocação de direitos especiais de saque. Hoje, os que mais precisam são os que menos recebem, o que agrava as desigualdades entre os países — acrescentou.

Em seu discurso, Lula apontou, ainda, a necessidade do aprimoramento de mecanismos de financiamento climático.

— Os quatro maiores fundos ambientais possuem um saldo de mais de US$ 10 bilhões, mas países em desenvolvimento não conseguem acessá-los por empecilhos simplesmente burocráticos — concluiu.

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