O presidente também teria sinalizado, de forma enfática, que apoia Edinho Silva em uma das principais causas da crise interna: a distribuição de cargos na nova direção partidária.
Por Redação – de Brasília
Fundador e principal líder político da legenda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) opinou, nesta terça-feira, junto aos integrantes do Diretório Nacional, mas sem fazer nenhum alarde, em apoio ao ex-ministro Edinho Silva como nome da sua preferência para assumir a Presidência do partido. Segundo o canal norte-americano de TV CNN, citando fontes próximas ao presidente, Lula não concorda com as sugestões de outros nomes para o posto.

O presidente também teria sinalizado, de forma enfática, que apoia Edinho Silva em uma das principais causas da crise interna: a distribuição de cargos na nova direção partidária. Em uma conversa recente a respeito da eleição que definirá o novo presidente do PT, Lula, ainda de acordo com os relatos de interlocutores, teria concordado que o futuro presidente do PT deve ter autonomia para indicar nomes da sua confiança para determinadas funções na direção partidária.
Mais especificamente para um cargo: a Secretaria de Finanças. A tesouraria do PT é tida como o grande pano de fundo da crise que tomou a eleição interna. É ali que se faz a gestão do fundo eleitoral e do fundo partidário. O que confere ao ocupante da vaga um enorme poder de influenciar a gestão da sigla.
Racha
Edinho Silva, uma vez eleito pela maioria dos filiados, espera manter a prerrogativa de indicar o tesoureiro. Mas a ala do PT alinhada à ex-presidente e agora ministra Gleisi Hoffmann resiste em perder esse e outros espaços na direção do partido, com a chegada de um novo dirigente.
Atualmente, a tesouraria é ocupada por Gleide Andrade. Alinham-se a ela nomes como o de Jilmar Tatto, secretário de Relações Institucionais, e o do deputado José Guimarães; além de outros petistas ligados à gestão de Gleisi.
A disputa rachou a corrente Construindo Um Novo Brasil (CNB), majoritária dentro da sigla e integrada pelo próprio Lula. O presidente, entretanto, tem se mantido discreto diante do acirramento da crise interna, dando espaço para que os grupos cheguem a um acordo.
Sinal
Alguns dos nomes que trabalham pela indicação de Edinho, segundo a CNN, também submergiram nos últimos dias, à espera de um sinal mais explícito do presidente em apoio ao ex-prefeito de Araraquara, e devem se juntar à ala que apoia a indicação do presidente.
Entre os petistas que atuam em favor de Edinho estão nomes como o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o ex-ministro José Dirceu. Outros petistas ilustres também são apontados nos bastidores como apoiadores do ex-prefeito, mas têm evitado entrar abertamente na disputa. É o caso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (BA).
O ex-prefeito e a atual ministra encontraram-se, nesta manhã, em Brasília. Edinho tenta acalmar a ex-presidente, na esperança de reduzir a temperatura na legenda partidária.