Em Moscou, Lula participa das celebrações dos 80 anos da tomada da Berlim nazista pela União Soviética, neste 9 de Maio — o Dia da Vitória. O líder brasileiro estará ao lado de Putin, Xi Jinping e outros líderes do mundo multipolar.
Por Redação, com ABr – de Moscou
Sob ameaça de bombas disparadas por drones ucranianos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou em Moscou, nesta quarta-feira, no início da missão diplomática de maior relevância internacional de seu terceiro mandato, que inclui uma visita de chefe de Estado a Pequim, nos próximos dias. O roteiro, que inclui encontros bilaterais com chefes de Estado dos países do BRICS, reacende a projeção global do Brasil em meio a disputas geopolíticas diante da redefinição das alianças econômicas globais.

Em Moscou, Lula participa das celebrações dos 80 anos da tomada da Berlim nazista pela União Soviética, neste 9 de Maio — o Dia da Vitória. O líder brasileiro estará ao lado de Putin, Xi Jinping e outros líderes do mundo multipolar.
A presença do presidente brasileiro neste encontro carrega um forte simbolismo político e histórico. Trata-se de uma data emblemática para a memória antifascista mundial, celebrada com grande reverência na Rússia e marcada por um desfile militar que remonta à rendição alemã, em 1945. O comparecimento de Lula reforça o compromisso do Brasil com a paz, a memória histórica e a cooperação entre os povos.
Conversas
Além de prestigiar a solenidade ao lado do presidente russo Vladimir Putin e de outras autoridades estrangeiras, Lula deverá manter conversas bilaterais com Putin e com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico. A agenda inclui temas delicados e estratégicos, como o conflito na Ucrânia e o comércio bilateral — especialmente no tocante à importação de fertilizantes, insumo fundamental para o agronegócio brasileiro.
Lula tem buscado, desde seu retorno à presidência em 2023, desempenhar um papel de mediador no conflito entre Rússia e Ucrânia. A viagem reforça a imagem de um Brasil que deseja atuar como articulador de soluções diplomáticas, numa conjuntura global marcada por polarizações e sanções unilaterais.
A comitiva presidencial inclui ministros e parlamentares de peso, como o chanceler Mauro Vieira (Relações Exteriores), o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), o ex-chanceler e assessor especial Celso Amorim, além do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), e do vice-presidente da Câmara, deputado Elmar Nascimento (União-BA). A primeira-dama Janja da Silva já se encontra na Rússia a convite do governo local.
Celac
Após a passagem pela Rússia, Lula parte para Pequim, onde integra o Fórum China-Celac nos dias 12 e 13 de maio. O encontro visa aprofundar os vínculos entre os países latino-americanos e caribenhos com a China, maior parceiro comercial do Brasil. No encontro, Lula enfatizará a importância do BRICS — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e outros — como instrumento de fortalecimento da cooperação internacional e de promoção de um novo modelo de desenvolvimento global.
— Ao lado dos BRICS, o Brasil pode muito mais — afirmou o presidente à mídia chinesa, em recente entrevista.
O presidente apoia a atuação conjunta dos países do bloco como uma oportunidade de influenciar positivamente os rumos do planeta.
— O BRICS é outro lugar importante para a gente dar um sinal para o planeta do que nós queremos — concluiu Lula.