Relatórios do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços indicam que, no primeiro trimestre de 2025, as importações brasileiras da Rússia superaram as exportações em US$ 2 bilhões.
Por Redação – de Brasília
Antes de embarcar para Moscou, onde participará das festividades pela vitória soviética na II Guerra Mundial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitará para conversar com o colega Vladimir Putin e manifestar o interesse do Brasil em expandir suas exportações ao país. A balança comercial com os russos apresentou um déficit de aproximadamente US$ 9,5 bilhões em 2024, impulsionado pelo aumento das importações de diesel e fertilizantes.

— Queremos reequilibrar nossa balança comercial com a Rússia — disse o secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Saboia, a jornalistas nesta terça-feira.
Relatórios do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços indicam que, no primeiro trimestre de 2025, as importações brasileiras da Rússia superaram as exportações em US$ 2 bilhões. Nos primeiros três meses deste ano, no entanto, as exportações brasileiras para a Rússia somavam US$ 339 milhões, com um crescimento superior a 100% em relação ao mesmo período de 2024.
Contrapartida
Produtos como café, carne bovina, carne de aves e tabaco se destacaram entre os itens exportados. Em contrapartida, as importações russas apresentaram um acréscimo de 5%, totalizando US$ 2,3 bilhões. Os adubos e fertilizantes foram responsáveis por 35% dessas compras, enquanto o óleo diesel teve participação de 59%.
Durante as comemorações, em Moscou, o presidente também buscará se posicionar como mediador da paz no conflito entre Rússia e Ucrânia. Lula será um dos 29 líderes mundiais presentes nas celebrações.
Além de Vladimir Putin, o presidente Lula terá uma reunião bilateral com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico. Na comitiva, estarão o chanceler Mauro Vieira e os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia).
Mercado chinês
Após a visita à Rússia, Lula se dirigirá à China, onde realizará uma visita de Estado entre os dias 12 e 13 de maio. O líder brasileiro será recebido pelo presidente chinês, Xi Jinping, e fará um discurso na abertura da reunião ministerial entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a China. Os dois países negociam acordos em diversas áreas, como tecnologia, agricultura e infraestrutura. Eduardo Saboia informou que 16 acordos já foram fechados, enquanto outros 32 estão em negociação.
Aos jornalistas chineses, em entrevista nesta manhã, o presidente Lula afirmou que a parceria entre Brasil e o gigante asiático tem se consolidado como uma aliança estratégica de crescente relevância global. O conteúdo da conversa foi divulgado pelo próprio mandatário em suas redes sociais.
— A minha visita à China é a sequência das boas relações que o Brasil tem feito com a China nesses últimos anos. Cada vez mais a nossa relação ganha uma força estratégica muito forte — concluiu Lula.