O parlamentar considerou a decisão de Motta um “grave erro”, dado que a semana está esvaziada devido às festas juninas e à ausência da maioria dos parlamentares.
Por Redação – de Brasília
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), criticou duramente o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), após o anúncio da pauta de votação do projeto que revoga o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O parlamentar considerou a decisão de Motta um “grave erro”, dado que a semana está esvaziada devido às festas juninas e à ausência da maioria dos parlamentares. Para ele, a escolha do deputado bolsonarista Coronel Chrisóstomo (PL-RO) como relator da proposta foi uma verdadeira “provocação”.
— Designar o Coronel Chrisóstomo como relator, um bolsonarista histriônico, chega a parecer uma provocação desnecessária. Não existe espaço de diálogo algum — disse Lindbergh à mídia conservadora.
Surpresa
O anúncio da votação, feito por Motta em uma mensagem pelas redes sociais, na noite passada, surpreendeu o governo. Lindbergh Farias expressou sua perplexidade com a falta de quórum para deliberar sobre o tema.
— Ele (Motta) cometeu um grave erro. É uma temeridade o presidente Motta pautar um tema de tamanha importância sem que haja quórum em Brasília. Fico me perguntando o que motivou uma reunião ser convocada às 23h35 — acrescentou.
Lindbergh também fez uma análise mais ampla sobre os desdobramentos da proposta, destacando as consequências para as finanças do governo. Segundo afirmou, a decisão representava mais uma tentativa de dificultar o trabalho do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já projetando as eleições de 2026.
Revogação
O parlamentar explicou que o governo havia conseguido R$ 30 bilhões dos R$ 50 bilhões necessários e contava com o IOF para fechar a conta. A revogação do imposto, segundo ele, comprometeria os R$ 12 bilhões restantes, criando um vácuo orçamentário.
— Agora, se derruba isso, de onde vão tirar os R$ 12 bilhões? Essa marcação de posição contra o governo, nesse momento, é muito ruim. Assim como é ruim antecipar o debate sobre 2026. Ele deve ser tratado em 2026 — afirmou.
Ainda de acordo com a reportagem, Lindbergh também acusou setores do Congresso de tentarem inviabilizar o governo Lula, enfatizando que essa postura não seria tolerada.
— Vejo alguns setores tentando atrapalhar. Não é correto tentar antecipar o calendário eleitoral, como impondo a derrota ao governo e prejudicando todo o país. Nós não vamos aceitar que tentem paralisar o governo do presidente Lula — concluiu.