Os agentes da PF cumpriram, ao todo, quatro mandados em Brasília, São Paulo e Niterói. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito das investigações contra milícia digitais.
Por Redação – de Brasília
Ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-governador maranhense Flávio Dino comentou, nesta sexta-feira, a operação da Polícia Federal (PF) que apura a venda de presentes doados ao Estado brasileiro durante missões oficiais do presidente da República, ao exterior. Entre os alvos da operação estão Mauro Cid e seu pai, o general Mauro Lourena Cid, além do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Osmar Crivelatti. Outro alvo é o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef.

“Há muitos estudos que mostram que compra e venda de joias é um caminho clássico de corrupção e lavagem de dinheiro. Muitos veem como um crime ‘seguro’, que ficará escondido para sempre. Por isso, é essencial sempre investigar o assunto, quando há indícios de ilegalidades”, escreveu o ministro em uma rede social.
Os agentes da PF cumpriram, ao todo, quatro mandados em Brasília, São Paulo e Niterói. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito das investigações contra milícia digitais.
Dinheiro vivo
Segundo nota da Polícia Federal, os ex-auxiliares de Jair Bolsonaro (PL) são investigados pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
“Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior”, diz a nota da PF.
Os valores referente a vendas de presentes recebidos em viagens internacionais teriam sido convertidos em dinheiro vivo e “ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”, segundo a PF.
A operação foi batizada com o nome de um versículo da Bíblia – Lucas 12:2 –, que diz que “não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.