O coro de “Sem anistia” foi um dos mais entoados pelo público presente no Centro da capital paulista, durante o 31º ‘Grito dos Excluídos’.
Por Redação – de São Paulo
Representantes de centrais sindicais, de partidos políticos e de grupos aliados à esquerda realizaram neste domingo, no Centro de São Paulo, o tradicional ato ‘Grito dos Excluídos’. Organizado pelo Brasil Popular e Povo sem Medo, a tradicional manifestação, que defende os direitos de grupos marginalizados, chega a sua 31° edição.

Este ano, o lema escolhido para o ato é “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de Todo Dia”, motivado pelas medidas do presidente dos EUA, Donald Trump, de taxar as importações brasileiras e alegar perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Alguns dos manifestantes vestiam camisa da seleção brasileira e empunhavam bandeiras do Brasil.
A defesa de outras pautas também ganhou destaque na Praça a partir do conteúdo de bandeiras e faixas estendidas, como o fim da escala trabalhista de 6 x 1 (seis dias de trabalho para um de descanso); a “taxação dos super-ricos”; a não anistia aos condenados aos ataques em Brasília, no 8 de janeiro de 2023; e pela prisão do ex-mandatário neofascista Bolsonaro.
— Os verdadeiros patriotas estão aqui na Praça da República. Defender o Brasil é defender o fim da escala 6 x 1, é taxar os super ricos — discursou o deputado Guilherme Boulos (PSOL), muito aplaudido pelo público.
‘Sem anistia’
Outros líderes sindicais e políticos, como as deputadas estaduais petistas professora Bebel e Thainara Faria, também participaram dos discursos no caminhão de som. Em discurso uníssono, todos pediram pelo fim da escala 6 x 1, e também pela prisão de Bolsonaro. O coro de “Sem anistia” foi um dos mais entoados pelo público.
— Este é o verdadeiro grito de independência — afirmou a vereadora Silvia Ferraro (PSOL-SP), quando convidada a falar.
Os discursos também fizeram críticas ao governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Bolsonaro e possível candidato à Presidência. Falas em defesa da Palestina e da Venezuela também estiveram presentes nos discursos.
Supremo
O ministro Luiz Marinho, do Emprego e do Trabalho, também presente ao ato público, condenou os protestos por anistia, realizados nesta tarde em vários pontos do país.
— Alguém pedir anistia antes mesmo de ser condenado é praticamente uma confissão. A Constituição é clara: crimes contra a pátria não admitem anistia nem indulto. Se [o Congresso] aprovar algo inconstitucional, será vetado e o Supremo haverá de analisar — afirmou.
Marinho criticou, inclusive, os ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil e em defesa do ex-presidente, que incluem até o momento tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros e a sanção do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), com base na Lei Magnitsky.