O recuo foi puxado principalmente pelo Índice de Expectativas, que mede a confiança do empresário da indústria no futuro. O subíndice caiu 1,7 ponto e chegou 101,9 pontos, o menor patamar desde maio de 2021. O componente que mais contribuiu para isso foi a piora das avaliações sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses.
Por Redação - de São Paulo
O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 1,2 ponto de setembro para outubro deste ano. Esse foi o terceiro mês consecutivo de queda do indicador, que chegou a 105,2 pontos em uma escala de zero a 200, menor nível desde maio último (104,2 pontos).
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O recuo foi puxado principalmente pelo Índice de Expectativas, que mede a confiança do empresário da indústria no futuro. O subíndice caiu 1,7 ponto e chegou 101,9 pontos, o menor patamar desde maio de 2021. O componente que mais contribuiu para isso foi a piora das avaliações sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses.
O Índice da Situação Atual, que mede a percepção do empresariado em relação ao presente, teve queda de 0,9 e chegou a 108,3 pontos, o menor patamar desde setembro de 2020. O componente com recuo mais expressivo foi a avaliação sobre o nível de estoques.
— Embora a confiança da indústria ainda esteja em nível elevado e acima dos níveis pré-pandemia, o otimismo quanto à situação futura do segmento industrial para os próximos meses retornou para o nível próximo do considerado neutro, indicando a expectativa de manutenção do cenário atual. Essa avaliação ocorre em meio a pressões de custos, desemprego elevado, instabilidades econômicas e institucionais persistentes, tornando a conjuntura futura mais incerta e menos favorável a planos de expansão da produção — afirmou Claudia Perdigão, economista da FGV.
Produtor
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada subiu 1,1 ponto percentual, para 81,3%, maior valor desde novembro de 2014.
Ainda nesta quarta-feira, o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação de preços de produtos na saída das fábricas, registrou inflação de 0,40% em setembro. A taxa é menor que as observadas em agosto (1,89%) e em setembro de 2020 (2,34%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, o IPP acumula inflação de 24,08% no ano. Em 12 meses, o acumulado é de 30,59%, abaixo dos 33,12% observados em agosto de 2021. Em agosto, 20 das 24 atividades industriais pesquisadas tiveram inflação, com destaque para alimentos (2,48%), outros produtos químicos (4,41%) e refino de petróleo e produtos de álcool (1,82%).
Preços
Quatro atividades tiveram recuo de preços (deflação), com destaque para indústrias extrativas (-16,48%).
Das quatro grandes categorias econômicas da indústria, as maiores taxas de inflação em setembro foram observadas em bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos (1,30%) e nos bens de consumo semi e não duráveis (1,49%). Os bens de consumo duráveis tiveram alta de preços de 0,73%.
Já os bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo, anotaram deflação de 0,27%.