Em nota, sem maiores esclarecimentos, o BC limitou-se a dizer que a revisão ordinária anual do balanço de pagamentos e da posição de investimento internacional, que aconteceria em julho, foi postergada especificamente neste ano para agosto. Segundo a autoridade monetária, “em função da pandemia internacional de covid-19 e do consequente adiamento do prazo para entrega das declarações de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE)”.
Por Redação - de Brasília
Em questão de horas, o Banco Central (BC) transformou o superávit de US$ 868 milhões em um déficit de US$ 11,1 milhões em transações correntes do país após revisar, nesta terça-feira, o resultado de março. Em nota sobre os valores de junho, emitida apenas uma hora depois de divulgar o resultado positivo, o BC não deu explicações imediatas sobre a alteração.
Para 2020, a expectativa da autoridade monetária era de déficit em transações correntes na ordem de US$ 38,9 bi
Em nota, sem maiores esclarecimentos, o BC limitou-se a dizer que a revisão ordinária anual do balanço de pagamentos e da posição de investimento internacional, que aconteceria em julho, foi postergada especificamente neste ano para agosto. Segundo a autoridade monetária, “em função da pandemia internacional de covid-19 e do consequente adiamento do prazo para entrega das declarações de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE)”.
Serviços
Com a mudança, o resultado das transações correntes de junho — superavitário em US$ 2,235 bilhões — foi o terceiro dado positivo consecutivo registrado pelo país, e não o quarto. Em abril e maio, as transações correntes ficaram no azul em US$ 3,183 bilhões e US$ 1,020 bilhão, respectivamente. Antes, o BC havia divulgado superávits de US$ 3,840 bilhões e US$ 1,326 bilhão de dólares para os mesmos meses.
Já os investimentos diretos no país (IDP) alcançaram US$ 4,754 bilhões, em junho. Em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters, a expectativa era de um superávit em transações correntes maior, de US$ 3,8 bilhões, e de um IDP menor, de US$ 3,58 bilhões. O país vinha obtendo superávits nas transações correntes em meio à expressiva diminuição nos déficits nas contas de renda primária e de serviços, abaladas pela pandemia.
Dentro da conta de serviços, as despesas líquidas com viagens ao exterior despencaram para US$ 72 milhões em junho de 2020 sobre US$ 1,150 bilhão um ano antes. Já os gastos líquidos com aluguel de equipamentos caíram a US$ 941 milhões, sobre US$ 1,321 bilhão em junho do ano passado.
Expectativa
Para este ano, a expectativa do BC é de um déficit em transações correntes de US$ 13,9 bilhões, com os resultados já revisados. Nesta terça-feira, a autoridade monetária previu que, em julho, deverá haver novo resultado positivo para as transações correntes, desta vez de US$ 500 milhões. Para o IDP, o BC projetou a entrada de US$ 2 bilhões no país, em julho.
Até o dia 23 deste mês, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 3,733 bilhões, informou ainda o BC. Depois de quatro meses de saídas líquidas, no entanto, os investimentos em portfólio no mercado doméstico brasileiro ficaram positivos em junho em US$ 2,380 bilhões, sendo US$ 1,948 bilhão em títulos da dívida e US$ 432 milhões em ações e fundos de investimento.
No primeiro semestre, as saídas líquidas somaram US$ 31,252 bilhões, com retirada de US$ 19,860 bilhões em ações e fundos de investimento e de US$ 11,392 bilhões de dólares em títulos de dívida.