No encontro voltado ao mercado financeiro, Haddad afirmou que a consolidação do arcabouço fiscal, a Reforma Tributária e a melhora das expectativas em relação à inflação têm criado condições favoráveis para a queda gradual do custo do crédito.
Por Redação – de Brasília
Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad afirmou, nesta terça-feira, que o Brasil está prestes a iniciar um ciclo sustentável de redução da taxa básica de juros. Segundo o ministro, a atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderá encerrar o mandato com a menor inflação registrada em um governo desde a criação do Plano Real, em 1994.

No encontro voltado ao mercado financeiro, Haddad afirmou que a consolidação do arcabouço fiscal, a Reforma Tributária e a melhora das expectativas em relação à inflação têm criado condições favoráveis para a queda gradual do custo do crédito.
— Penso que vamos entrar numa trajetória de queda de juros com sustentabilidade. Acredito que vamos terminar o mandato com a menor inflação de um mandato desde o Plano Real. Um crescimento médio próximo de 3% — declarou.
Projeção
O ministro destacou que o câmbio, com o dólar estabilizado em torno de R$ 5,30, contribui para ancorar as expectativas de inflação.
— O impacto é notável no Brasil. Penso que estamos reancorando as expectativas de inflação e acredito que podemos abrir um ciclo de queda de juros nos próximos meses — acrescentou.
Haddad também demonstrou otimismo em relação à atração de investimentos privados.
— O apetite para investir no Brasil vai crescer e vai se manifestar com muito vigor a partir do início do ciclo de cortes de juros. Nós conseguimos olhar para um horizonte próximo com muito otimismo — pontuou.
Cautela
Apesar do discurso positivo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tende a manter a taxa Selic em 15% ao ano na reunião em curso até a tarde desta quarta-feira. Caso a expectativa do mercado se confirme, será a terceira decisão consecutiva sem alterações, após um período de forte alta que elevou os juros em 4,5 pontos percentuais em apenas nove meses.
Em sua última ata, o BC havia indicado que a prioridade é avaliar se o nível atual de aperto monetário é suficiente para trazer a inflação de volta à meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto. A autoridade monetária reforçou, ainda, que poderia elevar a taxa novamente caso os preços mostrem resistência.