Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2025

Guerra na Ucrânia é uma questão global, diz Joe Biden

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Terça, 24 de Maio de 2022 às 08:17, por: CdB

Presidente dos EUA afirma que conflito afetará todas as partes do mundo. Moscou intensifica ataques a Lugansk, no leste ucraniano, no dia em que invasão russa completa três meses.

Por Redação, com DW - de Washington O presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta terça-feira que a guerra na Ucrânia é uma questão global que ressalta a importância de se manter a ordem internacional, integridade territorial e soberania.
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O presidente dos EUA, Joe Biden
– Isto é mais do que apenas uma questão europeia. É uma questão global – disse Biden sobre a situação da Ucrânia, enfatizando que Washington apoiará seus aliados. "Direito internacional, os direitos humanos devem sempre ser defendidos, independentemente de onde eles são violados no mundo", frisou. A guerra na Ucrânia, segundo o presidente, "vai afetar todas as partes do mundo", já que o bloqueio da Rússia às exportações de grãos da Ucrânia piora a crise alimentar global. As declarações foram feitas em Tóquio durante a abertura da cúpula do Quad – grupo informal formado por Austrália, Índia, Japão e EUA para tratar de questões do Indo-Pacífico. Entre as preocupações econômicas e de segurança discutidas pelos quatro países, estiveram a crescente influência da China na região e as diferenças sobre a invasão russa. Os comentários de Biden ocorrem um dia depois que ele alertou a China de que o país está "flertando com o perigo" sobre Taiwan e prometeu proteger Taiwan militarmente se a China atacasse, parecendo contradizer uma política de longa data dos EUA. Biden disse que um dos principais temas da reunião em Tóquio era sobre "democracias contra autocracias" e afirmou que Washington trabalhará por uma região Indo-Pacífico livre e aberta.

"Momento sombrio"

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, repercutiu os comentários de Biden, dizendo que uma invasão semelhante à ocorrida na Ucrânia não pode acontecer na Ásia. Após a cúpula, Kishida disse a repórteres que todos os quatro países "incluindo a Índia" concordaram com a importância do Estado de direito, soberania e integridade territorial, e que "tentativas unilaterais de mudar o status quo pela força nunca serão toleradas". Diferente de outros países do Quad e quase todos os outros aliados dos EUA, a Índia não impôs sanções nem condenou a Rússia, seu maior fornecedor de equipamentos militares. Com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, presente no evento, Biden argumentou que o mundo divide a responsabilidade de fazer algo para ajudar a resistência ucraniana contra a agressão da Rússia. – Estamos navegando em uma hora sombria em nossa história comum – disse ele. "A guerra brutal e não provocada da Rússia contra a Ucrânia desencadeou uma catástrofe humanitária, e civis inocentes foram mortos nas ruas, e milhões de refugiados também estão deslocados tanto internamente como no exílio.'' Mais tarde, em comentários a repórteres após uma reunião bilateral com Modi, Biden disse que eles conversaram sobre a invasão russa da Ucrânia "e o efeito que tem em toda a ordem mundial global". Biden acrescentou que os EUA e a Índia continuaram as consultações sobre "como mitigar esses efeitos negativos". Em seus comentários, Modi não fez menção à guerra na Ucrânia, ressaltando, em vez disso, vários programas de comércio e investimento que ele discutiu com Biden.

Rússia intensifica ataques a Lugansk

Também nesta terça-feira, as forças russas intensificaram os ataques contra o último bolsão de resistência ao redor de Lugansk, na região leste de Donbass, na Ucrânia, no dia em que o conflito entra em seu quarto mês. Desde o começo da invasão russa, em 24 de fevereiro, o apoio ocidental ajudou a Ucrânia a conter os avanços de seu vizinho em muitas áreas, incluindo na capital, Kiev, mas a Rússia agora está concentrada em garantir e expandir seus ganhos em Donbass e na costa sul. – As próximas semanas da guerra serão difíceis, e devemos estar cientes disso – disse na segunda-feira o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, em seu discurso noturno em vídeo depois que líderes regionais e moradores relataram pesados bombardeios. "A situação de combate mais difícil hoje é no Donbass", disse Zelenski, destacando as cidades mais atingidas de Bakhmut, Popasna e Severodonetsk. As Forças Armadas ucranianas disseram em uma atualização divulgada no Facebook nesta terça-feira que as forças russas estão realizando "operações ofensivas" ininterruptas na região, acrescentando que "o inimigo está exercendo fogo intenso ao longo de toda a linha de contato". O governador de Lugansk disse que a Rússia enviou milhares de tropas para capturar toda a sua região e que Severodonetsk está sob ataque maciço, alertando os moradores de que é tarde demais para uma operação de retirada. "Neste momento, não direi: saiam, se retirem. Agora direi: fiquem em um abrigo", disse Sergiy Gaidai no Telegram. "Porque tal densidade de bombardeios não nos permitirá reunir as pessoas com calma e ir buscá-las." Zelenski disse em seu discurso que a Rússia realizou quase 1,5 mil ataques com mísseis e mais de 3 mil ataques aéreos contra a Ucrânia nos primeiros três meses da guerra. Também nesta segunda, Zelenski pediu "sanções máximas" contra a Rússia durante um discurso transmitido em  vídeo na abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O líder ucraniano foi ovacionado pelos participantes do evento, que neste ano vetou a participação russa devido à guerra. O presidente ucraniano insistiu que, para parar a agressão de Moscou, as sanções precisam ir além das que já foram impostas por países ocidentais e devem incluir o embargo ao petróleo russo, o bloqueio de todos os bancos do país e a suspensão de todos os negócios com a Rússia.
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