Alguns deputados da base do governo demonstraram, nesta tarde, desconforto em aprovar a proposta como está, principalmente o trecho que trata da taxação de dividendos, em 20%. A taxa que esses parlamentares aceitariam era menor, entre 10% e 15%.
Por Redação - de Brasília
Ao afirmar que o projeto de lei com alterações no Imposto de Renda, se aprovado, poderá retirar recursos dos municípios, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), retirou de pauta pela terceira vez a votação da reforma. A votação altera a cobrança do Imposto de Renda (IR), que ainda enfrenta resistências dentro e fora do Congresso.
A equipe do ministro Paulo Guedes já busca um 'plano B' para o financiamento de programa social
Alguns deputados da base do governo demonstraram, nesta tarde, desconforto em aprovar a proposta como está, principalmente o trecho que trata da taxação de dividendos, em 20%. A taxa que esses parlamentares aceitariam era menor, entre 10% e 15%. Os parlamentares também advogam um escalonamento, mas a demanda estaria enfrentando resistências no Ministério da Economia.
Ao mesmo tempo, governos estaduais e municipais apontaram que o texto implica em perdas de arrecadação, o que comprometeria a prestação de serviços locais. A retirada de pauta do projeto de reforma do IR, no entanto, deixa clara a situação de dificuldade do governo em lidar com pautas econômicas, no Congresso.
‘Plano B’
Depois de recuar diante dos obstáculos levantados contra o IR, deputados da base aliada comentaram, com repórteres de veículos da mídia conservadora que será ainda mais difícil aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que parcela precatórios (dívidas judiciais com trânsito em julgado contra as quais não cabem mais apelações), sem a qual não haverá espaço no Orçamento para o programa chamado Auxílio Brasil, que deveria substituir o Bolsa Família, criado no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sem alarde, o corpo técnico gerenciado pelo ministro Paulo Guedes iniciou, após o atraso na questão do IR, um ‘plano B’ para o programa social que vai desde o fim dos subsídios para setores inteiros da economia até alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).