Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2025

Francisco pede fim de guerra 'repugnante e sem sentido' na Ucrânia

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Domingo, 20 de Março de 2022 às 08:59, por: CdB

Tudo isso é desumano, além de ser um sacrilégio porque vai contra a sacralidade de cada vida humana. Sobretudo, de uma vida humana indefesa, que deve ser respeitada e protegida, não eliminada, e que deve vir acima de qualquer estratégia.

Por Redação, com ANSA - da Cidade do Vaticano

O papa Francisco voltou a condenar neste domingo, durante a cerimônia do Angelus, a guerra na Ucrânia e não poupou termos para definir o conflito iniciado em 24 de fevereiro pela Rússia.

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Papa voltou a condenar guerra na Ucrânia
– Infelizmente, a violenta agressão contra a Ucrânia não diminui. Um massacre insensato onde a cada dia se repetem atrocidades e estragos. Não há justificativa para isso. Suplico a todos os atores da comunidade internacional para que se empenhem de verdade em fazer cessar essa guerra repugnante – disse aos mais de 30 mil fiéis que o acompanharam na Praça São Pedro. Segundo o líder católico, "também nessa semana, mísseis e bombas foram lançados contra civis, idosos, crianças e mulheres grávidas". Tudo isso é desumano, além de ser um sacrilégio porque vai contra a sacralidade de cada vida humana. Sobretudo, de uma vida humana indefesa, que deve ser respeitada e protegida, não eliminada, e que deve vir acima de qualquer estratégia. Não esqueçamos: é uma crueldade desumana e um sacrilégio. Rezemos em silêncio por todos aqueles que sofrem", acrescentou.

Visita surpresa

Francisco ainda falou sobre a visita surpresa que fez no sábado no hospital pediátrico Bambino Gesù, onde se reuniu com crianças, e seus familiares, que foram feridas na guerra ou que fugiram para Roma para realizar tratamentos médicos contínuos, como no caso dos pequenos com câncer. – Fui visitar as crianças feridas que estão aqui em Roma.. em um, falta um braço; outro está ferido na cabeça... são crianças inocentes. Penso também nos milhões de refugiados ucranianos que precisaram fugir deixando tudo para trás e sinto uma grande dor por todos aqueles que sequer têm a chance de escapar – disse ainda. – Tanto avós, doentes e pobres, separados dos próprios familiares.. tantas crianças e pessoas frágeis que ficam para morrer sob as bombas, sem poder receber ajuda e sem encontrar segurança nem mesmo nos refúgios antibombas. Me consola, ao menos, saber que a população que ficou sob as bombas não tem a falta da proximidade dos pastores, que nesses dias trágicos estão vivendo o Evangelho da caridade e da fraternidade – ressaltou. No discurso, o chefe da Igreja ainda agradeceu a todos os religiosos e voluntários de órgãos de caridade católicos que permaneceram na Ucrânia e disse que conversou com alguns deles por telefone nos últimos dias. – Como eles estão próximos do povo de Deus. Obrigado queridos irmãos e irmãs por esse testemunho e pelo apoio concreto que estão oferecendo com coragem a tantas pessoas desesperadas. Penso também no núncio apostólico, que acabou de se tornar núncio, monsenhor Visvaldas Kulbokas, que desde o início da guerra permaneceu em Kiev junto aos seus colaboradores, e com sua presença me torna próximo a cada dia do martirizado povo ucraniano – concluiu. A guerra na Ucrânia é alvo de pesadas críticas de Francisco em todas as oportunidades, seja nas celebrações oficiais ou em encontros, além das redes sociais. A crise, inclusive, já era assunto de diversos discursos antes mesmo do conflito bélico eclodir, sendo citada frequentemente desde novembro do ano passado.
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