A reforma ministerial já está em andamento, nos bastidores, segundo constatou nesta terça-feira a reportagem do Correio do Brasil junto a deputados com trânsito no Palácio do Planalto. Sem a distribuição de cargos e benefícios, disseram interlocutores do mandatário neofascista, será difícil manter as rédeas do governo e permanecer no cargo até 2022.
Por Redação - de Brasília
Depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) impediu a reeleição dos atuais presidentes da Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, o amapaense Davi Alcolumbre (ambos do DEM), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ampliou a ofensiva junto ao chamado ‘Centrão’ — grupo parlamentar de direita —, na tentativa de eleger os sucessores nas Casas Legislativas. A jogada, em curso, é uma reforma no gabinete ministerial capaz de abrigar os interesses dos parlamentares e garantir os votos necessários para manter a base do governo.
Bolsonaro está prestes a promover uma série de alterações em seu ministério, para tentar agradar ao 'Centrão'
A reforma já está em andamento, nos bastidores, segundo constatou, nesta terça-feira, a reportagem do Correio do Brasil junto a deputados com trânsito no Palácio do Planalto. Sem a distribuição de cargos e benefícios, disseram interlocutores do mandatário neofascista, será difícil manter as rédeas do governo e permanecer no cargo até 2022. A partir de 1º de janeiro, caso Bolsonaro seja impedido, de alguma forma, assume o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), uma opção que parcela dos deputados e senadores considera “palatável”.
A primeira vaga, na reforma prevista para os próximos dias, é a de ministro-chefe da Secretaria de Governo, atualmente ocupada pelo general Luiz Eduardo Ramos. Ele deverá ser transferido para a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar do ministro Jorge Oliveira, que assume uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), no ano que vem.
Candidato
Os ministérios da Cidadania, Turismo e Relações Exteriores também se tornaram moedas de troca. Embora pressionado por parlamentares e empresários, no entanto, Bolsonaro se recusa a mexer na pasta do ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Na Secretaria de Governo, os nomes cogitados são do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) e, no Ministério das Comunicações, Fábio Faria (PSD)..
Apesar de sérios entraves legais, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), líder do ‘Centrão’ e adversário de Maia, ainda é o candidato da preferência de Bolsonaro. No Senado, porém, o governo ainda decidirá o que fazer, depois que Davi Alcolumbre foi impedido de concorrer à reeleição.