Presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR) também criticou duramente pela rede X, ex-Twitter, nesta quinta-feira a indicação e posterior eleição do deputado Nikolas Ferreira; além da escolha de De Toni para a CCJ. Tanto a presidência de Nikolas quanto a de De Toni, segundo Hoffmann, depõem contra o Legislativo.
Por Redação - de Brasília
As forças neofascistas, de ultradireita, assumiram cargos decisivos na noite passada, na eleição dos presidentes de 19 das 30 comissões permanentes da Câmara. A extrema direita conseguiu a liderança de colegiados como a estratégica Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), que ficou com a deputada Caroline De Toni (PL-SC). Ela recebeu 49 votos, com nove em branco. E substituirá Rui Falcão (PT-SP).
A deputada Caroline De Toni (PL-SC) gosta de andar armada, com fuzil de grosso calibre
De Toni, ao lado de deputados radicais de direita como Gustavo Gayer (PL/GO) e Delegado Paulo Bilynskyj (PL/SP), entre outros, por exemplo, assinaram na véspera a aprovação de moção de repúdio contra o Diretor de Reportagem e Pauta do canal da Jovem Pan, Marcos Pera, que se referiu aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, como “Boiada golpista”.
Vice-líder de seu partido desde 2019, De Toni também ocupou a vice-liderança do governo Bolsonaro. É mais uma defensora do lema “família, pátria, liberdade”.
Condenado
Outro resultado surpreendente e polêmico ocorreu na Comissão de Educação, que escolheu Nikolas Ferreira (PL-MG). Foram 22 votos para o deputado e 15 em branco.
— Não é possível que a Comissão de Educação, que trata de um dos principais assuntos da Casa, seja presidida por alguém já condenado em primeira e segunda instâncias por transfobia — comentou Fernanda Melchionna (PSOL-RS).
No ano passado, em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, ele vestiu uma peruca durante discurso na tribuna. Muitos colegas pediram sua cassação pelo Conselho de Ética.
Mal-educado
Presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) também criticou duramente pela rede X, ex-Twitter, nesta quinta-feira a indicação e posterior eleição do deputado Nikolas Ferreira; além da escolha de De Toni para a CCJ. Tanto a presidência de Nikolas quanto a de De Toni, segundo Hoffmann, depõem contra o Legislativo.
"Sobre a escolha dos presidentes das comissões na Câmara, é preciso dizer que nada tem a ver com o governo. Lidamos com quem a população elege, levando em conta o tamanho das bancadas. Assim como o PT presidiu a CCJ no ano passado, sendo a segunda maior bancada, a alternância mediante acordos tem que acontecer.
“Mas também é preciso dizer que o desfecho de ontem foi muito ruim. PL indicou gente radical demais, desrespeitosa para CCJ e mal-educada, como o deputado para presidir a comissão da Educação. Isso depõe contra a própria Câmara, infelizmente. É lamentável", publicou Gleisi.
Outros nomes
Com 28 votos (e cinco em branco), o deputado Dr. Francisco (PT-PI) foi eleito presidente da Comissão de Saúde. Ele é médico, já foi socorrista do Samu e está no primeiro mandato. Neste ano, apresentou o Projeto de Lei (PL) 529/2024, que cria a Política Nacional de Combate à Dengue, à Febre de Chikungunya e à Febre Zika.
Na Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial, a eleita foi Daiana Santos (PCdoB-RS). Glauber Braga (Psol-RJ) vai comandar a Comissão de Legislação Participativa da Câmara, enquanto Lucas Ramos (PSB-PE) ficará à frente da Comissão de Trabalho. Já Pastor Eurico presidirá a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família e Alberto Fraga (PL-DF), a de Segurança Pública.
Onze eleições ficaram para a semana que vem. Para as seguintes comissões: Desenvolvimento Urbano; Integração Nacional e Desenvolvimento Regional; Fiscalização Financeira e Controle; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais; Ciência, Tecnologia e Inovação; Comunicação; e Administração e Serviço Público.