O homem baleado foi levado para a Umidade de Pronto Atendimento da Taquara, onde está internado sob custódia.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Polícia Militar fez uma operação para conter as disputas entre facções rivais nesta quarta-feira, na Comunidade Dois Irmãos, em Curicica, na Zona Oeste do Rio. Um suspeito morreu em confronto e outro ficou ferido.

A ação foi desencadeada após relatos de tiroteio na região. Segundo a corporação, agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) chegaram a ser atacados no local e revidaram, dando início a um confronto.
“Muitos tiros no Dois Irmãos, na Curicica, meu Deus do céu o inferno voltou”, desabafou um morador na redes sociais.
O homem baleado foi levado para a Umidade de Pronto Atendimento da Taquara, onde está internado sob custódia, enquanto o outro não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Durante a operação, policiais apreenderam um fuzil e uma pistola. A ocorrência está em andamento.
Chefes do CV na mira da polícia: quem são Doca e Gardenal, alvos da Operação Contenção
A Operação Contenção, deflagrada nesta quarta-feira contra a expansão do Comando Vermelho na Zona Oeste, tem como principais alvos dois chefes do tráfico da Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio: Edgar Alves de Andrade, o Doca, e Carlos da Costa Neves, conhecido como Gardenal.
Considerados foragidos, ambos são apontados como articuladores das ofensivas recentes em comunidades de Bangu, Campo Grande e Vila Kennedy. Na ação desta quarta, 21 pessoas já foram presas.
Doca
Doca, natural da Paraíba, comanda uma das frentes mais violentas da facção. Estima-se que cerca de 70 mil pessoas vivam sob o domínio de sua quadrilha na Vila Cruzeiro.
À frente da chamada Tropa do Urso, ele liderou mais de 40 invasões a favelas nos últimos três anos, operações marcadas por confrontos intensos e mortes.
O histórico criminal é extenso: seu nome aparece em mais de 329 inquéritos desde 2003, com ligação direta a pelo menos 112 assassinatos, além de desaparecimentos e execuções.
Entre os episódios mais emblemáticos atribuídos a ele está o desaparecimento de três meninos em Belford Roxo, em 2020. Após a repercussão, Doca teria ordenado a execução dos próprios subordinados envolvidos no crime.
Em 2023, foi responsabilizado pela morte de três médicos na Barra da Tijuca, assassinados por engano por traficantes de sua quadrilha. Os executores também foram mortos por ordem direta dele, e seus corpos abandonados em um carro na Zona Oeste.
Investigações apontam ainda que Doca exige requintes de crueldade nas execuções dentro das comunidades que controla.
Gadernal
Já Gardenal é considerado o principal aliado de Doca na Zona Norte. Homem de confiança do traficante, atua nas comunidades do Quitungo e Guaporé, além da própria Vila Cruzeiro.
Ele acumula sete mandados de prisão por crimes como tráfico e associação para o tráfico. Investigações recentes revelam que oferece R$ 5 mil como recompensa pela morte de milicianos.
Ele também foi citado no caso da morte da turista baiana Diely Silva, em dezembro, quando o carro em que ela estava entrou por engano na comunidade do Fontela, em Vargem Pequena.
De acordo com as investigações, apesar de estarem escondidos no Complexo da Penha, Doca e Gardenal definiram as regras de circulação no local, que resultaram na execução da vítima.
Juntos, acumulam quase 300 anotações criminais e mais de 30 mandados de prisão.
A operação
Segundo a polícia, a base na Vila Kennedy é usada para apoiar ofensivas violentas em áreas de Bangu e Campo Grande, que incluem homicídios, toques de recolher, expulsão de moradores e montagem de barricadas.
A polícia identificou ainda o uso de drones para monitorar operações e guiar ataques contra rivais e policiais. Com base nas provas reunidas, a Justiça expediu mandados de prisão e de busca e apreensão.
A ação faz parte da Operação Contenção, que já resultou em mais de 50 presos e sete suspeitos mortos em confronto. Ela é conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE-CAP) e pela 34ª DP (Bangu), com apoio da Core, do DGPE, do DGPC e da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).