Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Cientistas acreditam que ‘superterras’ são propícias à vida

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Domingo, 16 de Janeiro de 2022 às 12:39, por: CdB

Segundo Kraus, o ponto determinante é o campo magnético. Gerado pela presença de ferro líquido no núcleo do planeta, o minério age com um ímã gigante que protege a superfície de boa parte da radiação nociva do Sol e do meio interestelar.

Por Redação - de São Paulo
Após a descoberta de mais de 4,5 mil planetas fora do Sistema Solar, muitos deles rochosos e ligeiramente maiores do que a Terra, são mais comuns do que se imaginava, no Universo. Estudo liderado pelo cientista Richard Kraus, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia (CA-EUA), no entanto, pesquisa se esses corpos celestes podem também ser até mais viáveis para a vida.
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Planetas com interior formado de ferro geram campos eletromagnéticos
Segundo Kraus, o ponto determinante é o campo magnético. Gerado pela presença de ferro líquido no núcleo do planeta, o minério age com um ímã gigante que protege a superfície de boa parte da radiação nociva do Sol e do meio interestelar. Mas sabemos que o interior planetário vai se resfriando com o tempo, e a capacidade de gerar um campo magnético não é para sempre. Marte, por exemplo, menor que a Terra, já não tem mais o seu. As superterras, como são conhecidos esses planetas, contudo, são um desafio: como não há mundo similar no Sistema Solar, somente poderemos estimar sua magnetosfera modelando o interior do planeta. E para isso é preciso compreender como o ferro se comporta no núcleo desses mundos, sob pressão imensa.

Sistema Solar

Usando um dos mais poderosos sistemas de laser já construídos, os pesquisadores liderados por Kraus comprimiram ferro a pressões de até 1.000 gigapascais – três vezes a pressão do núcleo interno da Terra e quatro vezes maior que o recorde de experimentos anteriores. Os resultados foram publicados na última edição da revista científica Science e indicam que planetas maiores que o nosso podem manter uma magnetosfera protetiva por mais tempo. O auge se daria entre os planetas com 4 a 6 vezes a massa da Terra. “O achado é um ótimo exemplo confirmador do clássico princípio copernicano, também conhecido como princípio da mediocridade. No século XVI, Nicolau Copérnico defendeu a ideia de que a Terra não era o centro do Universo, e sim apenas mais um planeta, como outros, a girar em torno do Sol. A investigação dos mundos do Sistema Solar revelou que, por essas bandas, o nosso é, disparado, o mais amigável à vida. Mas isso não quer dizer que esse seja o melhor que fica, quando olhamos para outros sistemas planetários. Pelo visto, superterras que orbitem a zona habitável de estrelas similares ao Sol têm mais tempo e oportunidade para a vida se desenvolver e evoluir do que nós tivemos por aqui”, escreve o jornalista Salvador Nogueira, titular da coluna ‘Mensageiro Sideral’ publicada no diário conservador paulistano Folha de S. Paulo. Ainda segundo Nogueira, “vale lembrar, contudo, que a presença de uma magnetosfera robusta é apenas uma das várias condições que precisam ser satisfeitas para que um planeta seja de fato habitável”, resume.
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