Em uma série de entrevistas e visitas aos líderes do chamado ‘Centrão’, nos últimos dias, Freitas tem deixado pistas de que age com o objetivo direto de se aproximar das forças da ultradireita.
Por Redação – de São Paulo
Governador do Estado de São Paulo, o ex-militar Tarcísio Gomes de Freitas passou a percorrer, nos últimos dias, a trilha de uma provável candidatura à Presidência da República. O cipoal que enfrenta, no entanto, deixa antever que ele depende, para ir adiante, da aprovação de Jair Bolsonaro (PL) que, provavelmente, estará atrás das grades no ano que vem.

Em uma série de entrevistas e visitas aos líderes do chamado ‘Centrão’, nos últimos dias, Freitas tem deixado pistas de que age com o objetivo direto de se aproximar das forças da ultradireita, no momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) conclui o julgamento dos golpistas fracassados no 8 de Janeiro.
O ‘Centrão’, no entanto, já deixou claro que um possível apoio à candidatura paulista ocorrerá apenas se houver a inteira concordância com proposta de anistia aos condenados pelos atos golpistas, para receber assim a bênção de Jair Bolsonaro, o que explica a declaração de Freitas, na véspera, de que se vencer as eleições, este será seu primeiro ato do governo.
Avisado
Ocorre, no entanto, que a maioria absoluta dos parlamentares concorda, segundo apuraram diferentes colunistas políticos da mídia conservadora, que este é o pior momento para se aprovar um projeto tão desgastante, em face do julgamento no STF. Assim, a direita também passa a exigir que Bolsonaro se comprometa a apoiar Tarcísio de Freitas como seu sucessor, nas próximas eleições.
A simples ideia de uma candidatura no campo conservador ser diferente de um nome diferente de Bolsonaro, no entanto, causa o arrepio nos integrantes da família. A ponto de o filho ’03’, como é conhecido o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), chamar os prováveis candidatos da direita de ‘ratos’ e ‘canalhas’.
Tarcísio de Freitas, ainda assim, tem motivos de sobra para acreditar em um possível aval do ex-presidente, o que reforça seu discurso em favor de uma anistia que, de pronto, sabe ser extremamente difícil de se viabilizar
‘Lamentável’
Na avaliação do ministro-chefe da Casa Civil, o ex-governador baiano Rui Costa, nesta terça-feira, diante das declarações de Freitas pela anistia de Bolsonaro (PL), a posição do político paulista é “triste e lamentável”.
— A anistia não pode ser: esse é meu amigo, vou anistiar. Aquele outro não é meu amigo, não vou anistiar — disse o ministro a uma rádio baiana, nesta manhã.
Rui Costa destacou que a própria defesa de anistia por parte de Tarcísio já pressupõe que Bolsonaro tenha cometido crimes.
— O povo que convive todo dia com crime, com traficante, assassinato, roubo, não concorda que quem cometeu crime seja anistiado — concluiu.