Rio de Janeiro, 27 de Junho de 2025

Brasileiros chegam às urnas com o dobro da inflação vista em 2018

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Segunda, 19 de Setembro de 2022 às 12:32, por: CdB

“Comparar a economia brasileira às vésperas do pleito de 2018 com o momento atual é como observar uma montanha-russa de expectativas, avalia Cosmo Donato, economista-sênior da LCA Consultores. Há quatro anos, diz, as perspectivas eram de previsibilidade fiscal, após a aprovação do teto de gastos”, lembra o economista.

Por Redação - de São Paulo
O eleitor brasileiro chega à reta final das eleições, no país, com o dobro da inflação acumulada desde a última campanha eleitoral, em 2018. A renda real do trabalhador, por sua vez, encolheu em meio aos impactos da pandemia. Essa combinação, segundo analistas ouvidos pelo diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), “joga contra a percepção de aquecimento da atividade econômica” para uma parcela substancial dos cidadãos.
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A moeda brasileira tende a se desvalorizar ainda mais com a alta nos índices de inflação
“Comparar a economia brasileira às vésperas do pleito de 2018 com o momento atual é como observar uma montanha-russa de expectativas, avalia Cosmo Donato, economista-sênior da LCA Consultores. Há quatro anos, diz, as perspectivas eram de previsibilidade fiscal, após a aprovação do teto de gastos, o andamento da reforma da Previdência e de uma possível discussão da reforma tributária”, lembra. — Estávamos caminhando para a normalidade, colhendo frutos das reformas que foram feitas e com expectativa de fazermos mais, mas o ambiente mudou completamente. Tivemos uma pandemia nesse caminho e, em termos de fundamentos, estamos em um cenário mais desafiador. Só que a lupa do curto prazo traz boas notícias, sobretudo pelo fim das restrições sanitárias e o impulso fiscal e social — acrescenta.

Pandemia

No trimestre até julho deste ano, o mais recente com dados disponíveis, a taxa de desemprego recuou para 9,1% no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador estava em 12,4% em igual período de 2018 (3,3 pontos percentuais acima). A inflação, por sua vez, passou a infernizar a vida, principalmente da parcela mais pobre da população. Nos 12 meses até agosto de 2022, intervalo mais recente com dados disponíveis, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 8,73%. Em igual período de 2018, o avanço era de 4,19%. Ou seja, menos da metade. Segundo economistas, a inflação ganhou força com os efeitos da pandemia, que impactou a oferta e os preços de insumos, e da Guerra da Ucrânia, que elevou as cotações de commodities. No Brasil, esses fatores foram potencializados pela alta do dólar, que subiu em meio a turbulências protagonizadas pelo governo Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.
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