A decisão do UB em recuar sobre o convite ao deputado e líder da bancada, Pedro Lucas (MA), para assumir o Ministério das Comunicações no lugar de Juscelino Filho tem sido mal avaliada por nomes importantes da legenda.
Por Redação – de Brasília
Presidente do Congresso, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) busca agora um nome considerado técnico para ocupar o Ministério das Comunicações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo aliados do senador, a tendência é que seja um nome sem filiação partidária e da estreita relação de confiança de Alcolumbre.
A decisão do UB em recuar sobre o convite ao deputado e líder da bancada, Pedro Lucas (MA), para assumir o Ministério das Comunicações no lugar de Juscelino Filho tem sido mal avaliada por nomes importantes da legenda. Um desses líderes classificou como “lambança”, em comentário ouvido por jornalistas, a forma como a cúpula do partido conduziu a sucessão.
A negativa sobre o convite deveria ter sido anunciada há mais tempo e, assim, ter permitido a opção ao governo de escolher outros nomes para o cargo, o que não ocorreu. Agora, esses líderes enxergam o movimento como um sinal de desorganização interna, o que, de certa forma, expõe o partido que tem três ministério na Esplanada, mas deixa muito a desejar na entrega de votos e no alinhamento de pautas importantes para o governo.
Perfil
A decisão foi tomada ainda na noite passada, após o deputado Pedro Lucas confirmar a recusa de integrar a Esplanada, em um constrangimento público que expôs a fragilidade do governo federal em sua base. De acordo com relatos, Alcolumbre fez chegar a integrantes do Palácio do Planalto na própria noite de terça que deveria escolher um nome com esse perfil.
Há uma expectativa entre aliados dos dois políticos que a reunião entre o presidente Lula e o senador deverá ocorrer nas próximas horas, para definir o nome do próximo ministro. No Palácio do Planalto também houve sinais de profunda irritação com o episódio promovido pela direção do UB e não faltaram opiniões no sentido de rever o espaço do partido no primeiro escalão do governo.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, chegou a ser chamada pelo presidente, na noite passada, para uma reunião no Palácio da Alvorada, após a recusa de Pedro Lucas.