O êxodo, muitas vezes impulsionado por fatores como instabilidade política, econômica e a escassez de perspectivas de crescimento, acontece sem grandes manifestações públicas, mas com efeitos profundos no país de origem.
Por Redação, com ACS – de São Paulo
O Brasil vivencia um fenômeno que pode alterar sua dinâmica econômica e social: um êxodo silencioso de profissionais altamente qualificados, um movimento discreto, mas significativo, que reflete uma migração crescente em busca de melhores oportunidades fora do país. Apesar da política migratória norte-americana, executivos e profissionais altamente qualificados são bem-recebidos nos EUA.

O êxodo, muitas vezes impulsionado por fatores como instabilidade política, econômica e a escassez de perspectivas de crescimento, acontece sem grandes manifestações públicas, mas com efeitos profundos no país de origem. De acordo com dados do Banco Central, apena no primeiro trimestre de 2025, cerca de US$15,8 bilhões deixaram o Brasil — a maior fuga de capital registrada na história recente. Paralelamente, a procura por vistos de imigração para os Estados Unidos disparou, sinalizando um novo ciclo migratório de talentos.
Os EUA vêm reformulando sua política migratória com foco na atração de talentos. Profissionais com formação avançada, experiência técnica e capacidade empreendedora passaram a ser prioridade em programas como o EB-2 com National Interest Waiver (NIW), o EB-1 para pessoas com habilidades extraordinárias e o L-1 para executivos transferidos por multinacionais.
Consultores
Essas modalidades de visto têm sido cada vez mais procuradas por brasileiros que desejam atuar legalmente no país, seja como profissionais empregados, fundadores de negócios ou consultores de alto nível.
— Essa é uma mudança significativa. Ao invés de fluxos migratórios motivados por questões humanitárias ou familiares, vemos agora uma nova onda composta por profissionais qualificados que estão sendo atraídos por oportunidades reais de crescimento nos Estados Unidos — constata o advogado Vinicius Bicalho, especializado em imigração.
Segundo o especialista, a saída desses profissionais qualificados tem gerado impactos diretos na produtividade e na capacidade de inovação das empresas brasileiras. Organizações em áreas técnicas, como tecnologia da informação, engenharia, saúde e finanças, enfrentam dificuldades crescentes para contratar e reter talentos com formação avançada.