O ex-assessor Fabrício Queiroz, descoberto em um sítio na pequena cidade de Atibaia, numa propriedade de advogado Frederick Wassef, que atuava pela família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), está em prisão domiciliar.

A avaliação sobre a culpa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) é maior entre os brasileiros com ensino superior (67%), renda familiar maior que dez salários mínimos (76%) e entre aqueles que reprovam gestão do pai do senador, o presidente sem partido Jair Bolsonaro (85%).

Documentos inéditos, vazados nesta sexta-feira, apontam para o desvio, entre 2001 e 2007, de R$ 254 milhões dos cofres públicos. As contas bancárias de Lira movimentaram, de acordo com os dados, R$ 9,5 milhões. O esquema criminoso foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR).

O nome de Fernanda Bolsonaro, também acusada por lavagem de dinheiro no processo, aparece na denúncia quando o MPE-RJ descreve o ‘enriquecimento ilícito’ do marido, ao longo de quase uma década.

O primogênito do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), agora é réu em um processo movido por procuradores do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ) que investiga o escândalo da ‘rachadinha’.

Segundo o MPE-RJ, Queiroz fez 15 transferências bancárias para os cabos eleitorais, no total de R$ 12 mil. Os depósitos aconteceram entre 3 de setembro e 8 de outubro de 2018, período de campanha eleitoral, no primeiro turno.

Por ordem do juiz Marcos Brito, titular da 29ª Vara Cível do Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro, foi citado há uma semana. Os autos do processo permanecem sob segredo de Justiça.

O vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) já responde a outro inquérito, dessa vez por supostamente empregar funcionários ‘fantasmas’ e estão relacionados no inquérito o filho e duas noras do coronel Guilherme dos Santos Hudson; além dele próprio, que nunca foi funcionário do edil.

Em resposta às denúncias, o mandatário neofascista Jair Bolsonaro desfechou o mais contundente ataque ao Grupo Globo e à família Marinho, à qual aponta como corrupta e envolta em uma esfera de banditismo e crimes.

Um levantamento sobre os valores recebidos pelos Bolsonaro, ao longo da carreira política dos familiares do presidente, “joga luz sobre essas movimentações e seus números, que hoje estão nas mesas dos investigadores".

Na outra ponta, um precedente na Segunda Turma - justamente onde vai ser analisada uma ação que contesta o foro do senador - pode ajudar o filho do presidente da República a escapar da primeira instância. Os advogados de Flávio querem evitar que o caso fique com o juiz Flávio Itabaiana.

As investigações começaram após relatórios do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontarem, em 2018, no âmbito da Operação Furna da Onça, movimentações financeiras atípicas nas contas bancárias de integrantes de mais de 20 gabinetes de deputados da Alerj.

A pergunta que os brasileiros fazem, nos últimos dias, quanto aos depósitos do ex-assessor Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ecoou no NYT, que publicou página inteira sobre o escândalo da 'rachadinha'.

Por decisão do Tribunal, a investigação do caso da rachadinha foi transferido do juiz Flávio Itabaiana, na primeira instância, para o Órgão Especial do Tribunal, onde os deputados estaduais são julgados.

Gilmar Mendes concordou com o pedido da defesa de Fabrício Queiroz, menos de 24 horas depois que o ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), revogou o benefício da prisão domiciliar concedido ao casal.

A professora Nathália Queiroz trabalhou para Jair Bolsonaro quando ele ainda exercia o mandato de deputado federal. Um pedido de investigação por parte do MPE-RJ, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que presidente da República tem foro privilegiado.

Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, são suspeitos de envolvimento no caso do suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando o primogênito do presidente Bolsonaro era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

“Não sei a origem do dinheiro. Mas dá uma checada direitinho que eu tenho quase certeza que não deve ter nada a ver com Queiroz. Queiroz nunca depositou dinheiro na conta da minha esposa, pelo que eu saiba”, disse Flávio Bolsonaro em depoimento ao MP-RJ no último dia 7 de julho, no inquérito que apura o esquema de 'rachadinha'.

Flávio Bolsonaro é investigado no procedimento aberto para apurar declarações de seu sucessor, no Senado, o empresário Paulo Marinho (PSDB). Ele afirmou que Bolsonaro fora avisado da operação que revelou as movimentações atípicas nas contas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

No depoimento de Queiroz ao Ministério Público Federal (MPF), quando ainda estava preso em Bangu 8, ele afirmou que o filho de Bolsonaro soube de detalhes do esquema criminoso quando ainda exercia o mandato na Alerj. Aos investigadores, no entanto, o senador elogiou o ex-PM, envolvido com a milícia armada que age na Zona Oeste do Rio de Janeiro.