O empresário disse, ainda, que não tem ”dúvida nenhuma de que (Lula) vai atender o social, que precisa ser atendido, mas ele vai atender olhando sempre que não podemos gerar inflação, que não podemos estourar demais as despesas sem ter uma receita equivalente".

Em seu primeiro discurso na condição de próximo presidente brasileiro, o petista pediu pacientemente que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que permanecem em frente aos quartéis das Forças Armadas, clamando por um golpe militar, que voltem para casa.

Pela manhã, Lula conversou com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e na sequência, com o líder do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O presidente eleito também se reuniu, nesta tarde, com os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

Para evitar um apagão social, o governo eleito terá o desafio de negociar com os parlamentares ajustes na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Na semana passada, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB) e o relator do Orçamento, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) acertaram a apresentação da chamada 'PEC da Transição’ .

Além do presidente eleito, que foi à festa com a mulher, Rosângela da Silva, a Janja, faziam parte do grupo banqueiros como Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, e Sergio Rial, presidente do conselho de administração do banco Santander. O maestro João Carlos Martins também foi convidado e tocou o hino nacional.

O petista tem reunião marcada com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) nesta segunda-feira para dar continuidade às tratativas da transição de governos, em especial o anúncio dos nomes que irão compor a equipe de transição.

A equipe do presidente eleito trabalha para pretende consolidar as reuniões já planejadas entre ele e os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden; da França, Emmanuel Macron e o secretário-geral da ONU, António Guterres. Lula pretende embarcar para o Egito no próximo dia 14 e participar da segunda semana da COP-27.

Conforme têm dito aliados do governo eleito no último domingo, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), liberou a votação da correção da tabela do IR ainda neste ano. Segundo o canal norte-americano de TV CNN, líderes do 'Centrão' afirmam que falta definir detalhes com o PT.

Por Paulo Kliass - A elaboração dos principais pontos de seu programa de governo já vem sendo preparada. O quadro a ser enfrentado pelo futuro governo será, com toda a certeza, bem mais crítico do que aquele vivido durante a transição entre 2002 e 2003.

Se confirmado, o convite do Fórum Econômico Mundial mostrará que a eleição de Lula abre o caminho para o restabelecimento de uma boa imagem do Brasil no mundo, ofuscada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Poucas horas após o resultado das urnas, as articulações internacionais já tiveram início.

O presidente eleito Lula também tem recebido pedidos para evitar críticas mais contundentes ao grupo político e manter algum grau de influência dos parlamentares no Congresso, mas com a transparência às emendas do chamado ‘Orçamento secreto’.

Carvalho pontuou que a organização popular e orgânica que se formou em torno do projeto progressista, representado pela candidatura de Lula, será essencial para o enfrentamento de um cenário "complexo, difícil e desafiador". Nas palavras do ex-ministro, esse movimento "não pode voltar para casa" e precisa ser estimulado.

Por celso Lungaretti e David Emanuel Coelho - Agora é definitivo: o pesadelo iniciado há quatro   anos vai terminar no próximo dia 1º de janeiro. Passado mais um capítulo da luta de classes no Brasil, Bolsonaro foi derrotado por uma margem de apenas 2.139.645 votos, evidenciando a profunda divisão social do país. 

A verba para a moradia da população mais pobre caiu de R$ 665 milhões para apenas R$ 34 milhões no projeto de orçamento de 2023. A maior parte dos cortes foi feita para acomodar as emendas do orçamento secreto, que somam R$ 19,4 bilhões para 2023.

Este foi o primeiro encontro internacional de Lula, que resgata ainda uma tradição diplomática entre os dois países, em que os líderes se encontram antes de qualquer outro mandatário. Em 2015, por exemplo, duas semanas após derrotar um candidato apoiado pelos petistas, o argentino Mauricio Macri se encontrou com a então presidenta Dilma Rousseff (PT). 

Coordenador do programa de governo, o ex-senador Aloizio Mercadante também está entre os cotados, bem como a presidente do PT e deputada federal reeleita, Gleisi Hoffmann. A transição é prioridade para Lula e fonte de preocupação sobre como o atual governo vai conduzir a questão. Ou seja, há pressa em definir isso e a decisão pode ocorrer até o feriado.

Chefes de governo e de Estado europeus e latino-americanos saúdam o petista e dizem esperar um fortalecimento das relações com o Brasil. Biden celebra "eleição livre, justa e digna de confiança".

O presidente chinês também destacou que Xi ressaltou "a amizade a longo prazo e o aprofundamento da cooperação mutuamente benéfica que servem os interesses fundamentais dos dois países e conduzem à manutenção da paz e estabilidade regional e mundial.

Eleito em 2002 e reeleito em 2006, Lula comandará o país pela terceira vez. Com 77 anos, será o presidente mais velho a assumir o cargo, diante de desafios inéditos 'na História desse país', segundo costuma afirmar, em seus bordões de campanha.

O candidato petista lidera as pesquisas de intenção de votos divulgadas no sábado, véspera do pleito. Neste segundo turno, mais de 156 milhões de eleitores brasileiros, aptos a votar em todo o país e no exterior, devem retornar às urnas.