As províncias do norte do Afeganistão, que antes eram calmas, estão rapidamente se tornando áreas de combates em consequência da retirada precipitada dos EUA, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Desde que as forças da OTAN e dos EUA começaram sua retirada do Afeganistão, o movimento Talebã (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países) aparentemente tem conseguido estender seu controle de forma significativa pelo país, apesar das forças de segurança locais terem se esforçado para o impedir.

Após a retirada das forças norte-americanas do Afeganistão, os combatentes do Talebã intensificaram suas atividades. De acordo com o Long War Journal, o Talebã atualmente já controla a grande maioria dos distritos no Afeganistão.

O aeroporto de Cabul, no Afeganistão, foi equipado neste domingo com um sistema de defesa antiaérea para conter foguetes, enquanto o Talebã avança com uma ofensiva violenta por todo o país.

A maior parte do Afeganistão, exceto Cabul e partes dos distritos próximos, é controlada pelo Talebã, disse o representante do escritório político do movimento no Qatar, Abdullahib Mansour.

As tropas norte-americanas abandonaram a base aérea de Bagram, a principal base dos EUA no Afeganistão, que ocupavam há quase 20 anos. Os norte-americanos cortaram a energia elétrica e deixaram o local durante a noite, sem avisar os militares afegãos que guardavam as imediações.

O movimento Talebã, que controla mais de 70% da fronteira com o Tajiquistão, garante a segurança e a não interferência, enquanto a porcentagem de territórios controlados pode aumentar, afirmou o porta-voz do movimento, Zabiullah Mujahid.

Em 2001 os EUA e seus aliados da OTAN iniciaram uma operação militar no Afeganistão no quadro da Operação Liberdade Duradoura, em resposta aos ataques de 11 de setembro de 2001. Em 1º de janeiro de 2015, a missão Apoio Resoluto substituiu a operação de combate.

Ao menos 10 pessoas foram mortas e mais 16 ficaram feridas em um ataque armado a membros de instituição de caridade no Afeganistão, que têm limpado minas terrestres no país há décadas, informou o canal de televisão local 1TV, citando autoridades.

A base tem sido utilizada pelos Estados Unidos desde 2006. O aeródromo possuí duas pistas capazes de receber qualquer aeronave militar, incluindo o Lockheed C-5 Galaxy ou o Antonov An-225.

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança Atlântica, afirmou que a OTAN apoiará militares afegãos de diversas formas, inclusive fora do país, e anunciou restrições a responsáveis belarussos.

A China acusou a retirada das forças dos EUA do Afeganistão de aumentar o número de ataques após várias explosões perto de uma escola na capital do país, Cabul, no sábado, que deixaram mais de 50 pessoas mortas, principalmente estudantes do sexo feminino.

As explosões aconteceram em meio à retirada das forças dos EUA e da OTAN do país. Até agora, nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque.

O acordo de retirada de tropas norte-americanas do Afeganistão, assinado por Washington e Talebã, previa um prazo de abril de 2021, mas é um "erro retirar completamente", disse congressista norte-americano.

As tropas devem deixar o território afegão até o próximo dia 11 de setembro, data que marcará 20 anos dos atentados do World Trade Center, que impulsionaram a entrada dos EUA em guerras no Oriente Médio e na Ásia Central.

Segundo confirmou o comandante do contingente, general Scott Miller, estacionado em Cabul, os EUA e as forças da OTAN já estão removendo equipamento militar do Afeganistão. O mesmo oficial acrescentou que as forças militares ocidentais "entregarão suas bases às forças afegãs".

Governo alemão decide acompanhar os EUA na retirada de tropas do Afeganistão, que deve ocorrer em setembro deste ano. Reino Unido deve seguir os passos. Saída está planejada para a data simbólica de 11 de setembro.

Os Estados Unidos tinham se comprometido com os talebãs a retirar a totalidade das tropas do Afeganistão antes de 1º de maio, mas explicou que a promessa será cumprida até 11 de setembro, prometendo mais esclarecimentos sobre o novo cronograma, nesta quarta-feira, na Casa Branca.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, desembarcou na capital do Afeganistão no domingo, tornando-se o primeiro membro do gabinete do presidente democrata Joe Biden a colocar os pés no país que abriga a campanha mais longa da história dos EUA.

O governo afegão rejeitou a proposta dos EUA de impulsionar as negociações de paz com o Talebã (grupo terrorista proibido na Rússia e em diversos países). Reiterando que vários líderes do Talebã estão baseados em Islamabad, o governo afegão afirmou que o Paquistão é parte direta do conflito.