O massacre nas províncias de Tartus e Latakia deixou pelo menos mil vítimas até o momento, das quais 745 são alauítas, uma minoria xiita no país árabe, mesma vertente do ex-presidente deposto em dezembro Bashar al-Assad.
Por Redação, com Ansa – de Damasco
Ao menos 745 civis alauítas no noroeste da Síria foram mortos em ataques cometidos por forças de segurança e grupos ligados ao novo governo sunita, segundo denúncia do Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

De acordo com a ONG, os ataques tiveram início no último dia 6 e atingem famílias inteiras, incluindo mulheres, crianças e recém-nascidos.
“Existe uma operação de varredura e confrontos com apoiadores do (ex-presidente) Bashar al-Assad na parte ocidental do país”, aponta a organização, em nota.
Mil vítimas
— Eles entram de casa em casa e matam quem está lá dentro — disse uma testemunha à agência italiana de notícias Ansa da cidade costeira de Baniyas, que há três dias tem sido atacada por milícias jihadistas pró-governo.
O massacre nas províncias de Tartus e Latakia deixou pelo menos mil vítimas até o momento, das quais 745 são alauítas, uma minoria xiita no país árabe, mesma vertente do ex-presidente deposto em dezembro Bashar al-Assad.
Neste domingo, o ex-líder jihadista e atual presidente interino da Síria, Abu Mohammed al-Jolani, de vertente sunita, responsável pela queda do regime Assad, declarou que “todos podemos viver juntos”.
Matança
— O que está acontecendo no país está entre os desafios que eram previstos. Mas devemos preservar a unidade nacional e a paz civil o máximo possível. E se Deus quiser, nós (sírios) poderemos viver juntos neste país — disse Jolani de uma mesquita em Damasco.
A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu comunicado neste domingo condenando os “relatos extremamente perturbadores” de famílias inteiras sendo mortas no noroeste da Síria.
— A matança de civis em áreas costeiras no noroeste da Síria deve cessar imediatamente — resumiu o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk.