As coisas são mais complexas do que parecem. O país afunda em múltipla crise, é verdade; mas nem tudo o que reluz é ouro… Vejamos a situação do presidente Bolsonaro e do seu governo. Isolamento e descrença são as palavras que melhor os caracterizam.
Por Luciano Siqueira - de Brasília
As coisas são mais complexas do que parecem. O país afunda em múltipla crise, é verdade; mas nem tudo o que reluz é ouro…Agenda econômica
É que a agenda econômica, mesmo conduzida de modo tresloucado pelo ministro Paulo Guedes e equipe, ainda tem o apoio de parcela majoritária das elites dominantes, teimosas em expectativas acerca do receituário neoliberal tupiniquim. E há um rebatimento sobre grupos políticos e sociais ativos, que se agarram no esquálido pibinho para reforçar seus desejos de uma alternativa à Bolsonaro que possa surgir de forças situadas ao centro. Querem evitar que à esquerda se concretize uma candidatura capaz de alcançar amplitude e unidade o suficiente para vencer o pleito vindouro. Daí a imperiosa necessidade de se impulsionar a luta imediata pela vacina, pelo trabalho e contra Bolsonaro com o fator novo que são as manifestações de rua, com todos os cuidados preventivos da covid-19, como aconteceram no último sábado. Os atos públicos ocorridos em mais de duzentas cidades grandes e médias do país até surpreenderam pela sua dimensão. E repercutiram no amplo panelaço de ontem à noite, quando do pronunciamento do presidente em rede de TV e rádio. Mais: avançar no debate de alternativas à crise para que se produza uma plataforma de unidade capaz de galvanizar as expectativas das maiorias insatisfeitas. O PCdoB tem um papel relevante a cumprir, seja na defesa da correta tese da frente ampla, seja na apresentação de propostas de mudança de rumo pós-governo genocida.Luciano Siqueira, é Médico, vice-prefeito do Recife, membro do Comitê Central do PCdoB
As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil