Em um vídeo institucional, divulgado nesta quarta-feira, a senadora voltou a comentar o caso, alertando que a atitude do atual presidente “estimula e se soma” na estatística da violência contra as mulheres e meninas.
Por Redação - de São Paulo
Candidata à Presidência da República com o terceiro maior volume de votos, no primeiro turno das eleições em curso, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) condenou a fala do presidente Jair Bolsonaro (PL), associada à pedofilia, como uma das “mais graves” já feitas pelo mandatário. Tebet já havia classificado como “criminosas” as declarações de Bolsonaro, que viralizaram no último final de semana, insinuando que imigrantes venezuelanas menores de idade estariam em suposta situação de prostituição.
Dessa vez, em um vídeo institucional, divulgado nesta quarta-feira, a senadora voltou a comentar o caso, alertando que a atitude do atual presidente “estimula e se soma” na estatística da violência contra as mulheres e meninas.
Na ocasião, em entrevista ao canal do YouTube ‘Paparazzo Rubro-Negro’, Bolsonaro comentava que estava andando de moto no Distrito Federal quando viu “umas menininhas, três, quatro, bonitinhas, de 14, 15 anos, arrumadinhas numa comunidade”.
— E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’. Entrei. Tinham umas 15, 20 meninas sábado de manhã se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida — afirmou.
Violência
De acordo com Simone Tebet, o relato de Bolsonaro deixa claro a sexualização de crianças e adolescentes, e também sua omissão diante do suposto crime de exploração sexual.
— Essa fala do presidente da República, entre tantas falas infelizes e equivocadas que ele já proferiu, – e não foram poucas –, foi uma das mais graves. Tocou não só no coração das mulheres brasileiras, mas dos pais humildes que têm filhas meninas. Estamos falando de um senhor de meia idade que simplesmente ao ver duas meninas ‘bonitinhas’, menores de idade, diz o seguinte, ‘olha eu senti alguma coisa sexual’. E teve a coragem de confirmar que pediu para entrar no ambiente em que elas moravam e ali foi surpreendido porque não havia apenas duas, mas haviam várias pessoas. Ao mesmo tempo em que ele diz entrar um local, que ele disse achar, que achava, que era um local, segundo ele, de prostituição, sabendo que isso é crime, como ele não aciona as autoridades públicas — disse a senadora.
Ao final do vídeo, a ex-presidenciável também chama atenção para a importância de tratar o tema com responsabilidade que, como destaca, diz respeito à violência contra a mulher.
Processo
Ainda nesta manhã, o PT acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que reconsidere a decisão liminar do presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, que proibiu que a fala de cunho pedófilo de Jair Bolsonaro (PL) seja utilizada pela campanha do ex-presidente Lula (PT).
No pedido, o PT pede que, apesar da manutenção da proibição da divulgação de conteúdos que associem Bolsonaro à pedofilia, seja liberada a veiculação do vídeo da fala do candidato à reeleição, "para fins de questionamentos de interesse público, a fim de assegurar o direito de acesso a informação do eleitorado".