Somando-se a outras tarifas anunciadas desde seu retorno à Casa Branca, o resultado é que, no espaço de dez semanas, ele ergueu um muro de proteção em torno da economia norte-americana semelhante ao do final do século XIX.
Por Redação, com The Economist – de Londres
Poucos esperavam que ele fosse tão longe. Em uma mudança impressionante na política econômica norte-americana, Donald Trump aumentou as tarifas em todos os países. Na tarde passada, falando no jardim da Casa Branca, ele declarou que os Estados Unidos imporiam taxas de 10% sobre todas as importações; além de taxas “recíprocas” mais altas – muito mais altas, em alguns casos – para se vingar de países que, na opinião dele, trataram os Estados Unidos de forma injusta.

Somando-se a outras tarifas anunciadas desde seu retorno à Casa Branca, o resultado é que, no espaço de dez semanas, ele ergueu um muro de proteção em torno da economia norte-americana semelhante ao do final do século XIX.
Comércio
Para Trump, as medidas representam uma tentativa de encerrar definitivamente uma longa era de comércio global cada vez mais livre. Segundo ele, essa abertura permitiu que outros países “roubassem” os Estados Unidos.
— Durante anos, os cidadãos (norte-)americanos que trabalham duro foram forçados a ficar de fora, enquanto outras nações enriqueciam e se tornavam poderosas, em grande parte às nossas custas… Agora é a nossa vez de prosperar — disse Trump, em seu discurso.
II Guerra
As novas tarifas – de longe as mais amplas que ele já implementou – são nada menos que uma “declaração de independência econômica”, anunciou Trump. Convenientemente ignorados por ele estão os fatos de que a globalização trouxe uma prosperidade sem precedentes para os Estados Unidos e que o país foi o principal arquiteto das regras que sustentam o comércio internacional.
Agora, se Trump conseguir o que quer, a ordem econômica que foi lenta e firmemente construída após a Segunda Guerra Mundial estará morta e enterrada. Em vez disso, o presidente americano exaltou a prosperidade dos Estados Unidos no final do século XIX, quando o país era muito mais pobre do que é hoje.
— Podemos ser muito mais ricos do que qualquer outro país, não dá nem para acreditar — concluiu.