Baqaei havia confirmado, na véspera antes dos ataques israelenses, que a República Islâmica e os Estados Unidos realizariam a nova rodada de negociações em Muscat em 15 de junho, com Omã como mediador.
Por Redação, com Irna – de Teerã
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, o diplomata Esmaeil Baqaei afirmou, neste sábado, que a decisão de Teerã de participar da próxima rodada de negociações com os EUA sobre o tratado nuclear “não faz mais nenhum sentido”.

Falando ao IRIB sobre a decisão do Irã de participar da sexta rodada de negociações com os EUA em Muscat, Baqaei disse que é inconcebível para o Irã imaginar o regime israelense cometendo tal belicismo na região sem a coordenação ou aprovação deliberada dos EUA.
A outra parte agiu de uma forma que “efetivamente tornou as negociações sem sentido”, acrescentou.
Negociações
— Consideramos a Administração dos EUA responsável pelas consequências desta ação imprudente e ilegal do regime israelense — observou.
Baqaei havia confirmado, na véspera antes dos ataques israelenses, que a República Islâmica e os Estados Unidos realizariam a nova rodada de negociações em Muscat em 15 de junho, com Omã como mediador.
O Irã e os Estados Unidos realizaram cinco rodadas de negociações mediadas pelo Ministro das Relações Exteriores de Omã, Sayyid Badr Al-Busaidi, três em Mascate e duas em Roma.
Telefonema
Depois de meses pedindo a Israel que não atacasse o Irã enquanto trabalhava para chegar a um acordo nuclear, o presidente Donald Trump disse à Reuters em uma entrevista por telefone nesta sexta-feira que ele e sua equipe sabiam que os ataques estavam chegando — e ainda viam espaço para um acordo.
“Nós sabíamos de tudo, e eu tentei salvar o Irã da humilhação e da morte. Tentei salvá-los com muito afinco, pois adoraria que um acordo tivesse sido fechado. Eles ainda podem chegar a um acordo, no entanto. Não é tarde demais”, disse Trump.
Trump pressionou repetidamente o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a adiar um ataque israelense para dar mais tempo à diplomacia, embora o próprio presidente tenha ameaçado bombardear a nação do Golfo se as negociações nucleares fracassassem.
Ameaça
A mudança de posição de Trump em relação aos ataques israelenses, que ele chamou de “excelentes” e “muito bem-sucedidos” em uma série de entrevistas à mídia nesta sexta-feira, ofereceu um dos exemplos mais marcantes de como ele conduz negociações de alto risco por meio de uma retórica pública franca e manobras nos bastidores.
O presidente dos Estados Unidos ofereceu apoio à decisão de Israel de lançar uma série de ataques devastadores ao Irã, demonstrando disposição para adotar o uso da força militar para impedir o programa nuclear de Teerã. Em contrapartida, alguns aliados enfatizaram a necessidade de contenção.
Questionado se os EUA apoiariam Israel diante dos contra-ataques iranianos, Trump garantiu que apoia Israel. Ele disse não estar preocupado com o surgimento de uma guerra regional como resultado dos ataques de Israel, mas não entrou em detalhes.
— Temos sido muito próximos de Israel. Somos, de longe, seu aliado número um. Veremos o que acontece — concluiu Trump à agência inglesa de notícias Reuters.