Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2025

Supremo dos Estados Unidos revoga lei sobre direito ao aborto

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Sexta, 24 de Junho de 2022 às 09:56, por: CdB

Conforme analistas norte-americanos, a prática do aborto, mesmo em caso de estupros, incestos ou risco para a mãe, poderá ser restringida em metade dos 50 Estados do país. Em alguns casos, de maneira imediata.

Por Redação, com ANSA - de Washington

A Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou nesta sexta-feira a sentença histórica do caso Roe v Wade de 1973 que garantia o direito ao aborto legal nos Estados Unidos. A partir de agora, os estados podem legislar do jeito que quiserem sobre o tema mudando um entendimento de cerca de 50 anos.
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Supremo dos EUA revoga lei sobre direito ao aborto
Conforme analistas norte-americanos, a prática do aborto, mesmo em caso de estupros, incestos ou risco para a mãe, poderá ser restringida em metade dos 50 Estados do país. Em alguns casos, de maneira imediata. A decisão foi tomada, conforme já havia sido antecipado pela mídia norte-americana, por seis votos a três, ou seja, os seis conservadores votaram de maneira unânime contra os três progressistas. Os que votaram a favor afirmam que a "Constituição não confere o direito ao aborto". O juiz Samuel Alito ainda reforçou que "está na hora dos estados legislarem sobre o tema".

Grupo de juízes

Já o grupo de juízes progressistas, Sonia Sotomayor, Elena Kagan e Stephen Breyer, publicou uma nota em que afirmam que "tristemente, muitas mulheres perderam hoje uma proteção constitucional fundamental". Logo após a decisão, dezenas de mulheres estão protestando em frente à sede da Suprema Corte, em movimentações que devem aumentar ao longo do dia. Em maio, quando o portal "Politico" vazou o rascunho de Alito, milhares de pessoas se reuniram em várias cidades do país para protestar contra os juízes. A lei entrou em julgamento após o estado do Mississippi aprovar uma legislação que proíbe o aborto após 15 semanas de gestação, mesmo que a mulher tenha sido vítima de violência. Conforme organizações de direitos das mulheres, as mais pobres e que pertencem às minorias serão mais afetadas, já que as mais ricas poderão viajar para estados que permitam o aborto. Além da questão do aborto, há a preocupação de que direitos civis constituídos e que foram autorizados com base na decisão autônoma de cada indivíduo e no direito à privacidade, como o casamento inter-racial e entre pessoas do mesmo sexo, métodos contraceptivos e forma de criar os filhos, também possam passar a serem questionados.
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