A recomendação da pasta é que a vacinação deve começar pelas crianças de 3 a 5 anos imunocomprometidas, com seus sistemas naturais de defesa comprometidos. Depois, o imunizante deve ser direcionado para as crianças com 4 anos, seguidas pelas crianças de 3 anos de idade.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
O ministério da Saúde publicou na terça-feira uma nota técnica com as orientações para a vacinação de crianças de 3 a 5 anos contra a covid-19. De acordo com o documento, a imunização deve ser realizada por grupos prioritários, segundo os estoques da vacina CoronaVac disponíveis nos estados e no Distrito Federal.
Imunização de crianças de 3 e 4 anos deve começar pelos grupos prioritários
A recomendação da pasta é que a vacinação deve começar pelas crianças de 3 a 5 anos imunocomprometidas, com seus sistemas naturais de defesa comprometidos. Depois, o imunizante deve ser direcionado para as crianças com 4 anos, seguidas pelas crianças de 3 anos de idade. O intervalo entre a primeira e a segunda dose da CoronaVac deve ser de 28 dias.
O ministério recomenda ainda que, para o público a partir dos 5 anos, deve ser aplicada a vacina da Pfizer, já aprovada para a faixa-etária de 5 a 11 anos.
Remanejamento
Na terça, o secretário-executivo do ministério da Saúde, Daniel Pereira, afirmou, em entrevista para a Folha de São Paulo, que os estados têm 1,2 milhão de doses da CoronaVac em estoque e que pode faltar nas capitais.
– A primeira etapa foi levantar as doses que a gente tinha em cada estado, para ver exatamente onde têm a maior oferta e onde estão as demandas. Agora, a gente vai começar essa conversa de identificar a demanda maior de cada região para verificar se há a necessidade ou não de fazer esse remanejamento – afirmou.
– Talvez o problema seja em algumas capitais. Então, (talvez) possa ser feito um remanejamento dentro dos municípios. Essa logística a gente está vendo – disse Pereira.
Compra segue emperrada
Na nota técnica, o ministério afirma que está em tratativas com o Instituto Butantan, fabricante da CoronaVac no Brasil, e com o Consórcio Covax, para aquisição de novas doses. À Folha, Pereira afirmou que o ministério está trabalhando para que as doses para essa população cheguem em até 30 dias.
A CoronaVac foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para vacinação de crianças de 3 a 5 anos na última quinta-feira.
Campanha de multivacinação
A nota do ministério informa também que em agosto será realizada a Campanha Nacional de Multivacinação, estratégia para melhores coberturas para as vacinas contempladas no Calendário Nacional de Vacinação. A pasta recomenda a administração concomitante de vacinas contra a covid-19 com as demais vacinas do calendário vacinal.
Saiba mais sobre a vacinação
Foi divulgada pelo Ministério da Saúde uma nota técnica que orienta a imunização contra a covid-19 em crianças de três e quatro anos de idade com a vacina CoronaVac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantã. Até então a imunização só podia ser feita a partir dos 5 anos. Agora é importante se organizar para levar os pequenos para se imunizarem nos postos e demais locais onde as vacinas estão sendo distribuídas pelo país afora.
Segundo o Ministério da Saúde, devem ser aplicadas duas doses de Coronavac, com intervalo de 28 dias entre elas. A recomendação do Ministério se baseou em definições técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e em estudos realizados pela Fundação Oswaldo Cruz, pelo Instituto Butantã e também por órgãos internacionais.
Poucos efeitos colaterais
Para a biomédica e neurocientista Mellanie Fontes-Dutra, não há motivos para preocupação dos pais e cuidadores em relação aos efeitos colaterais da vacina, pois ela tem se mostrado bastante segura no uso nessa faixa etária.
"Segundo os dados apresentados pela Anvisa, a maior parte dos eventos adversos pós vacinação foram do tipo não-graves e nenhum óbito foi observado na população de crianças e adolescentes que foram vacinados com a coronaVac", informa.
Ainda segundo a especialista, caso apareçam efeitos colaterais, eles tendem a ser leves e duram poucos dias. "Então é uma vacina bem segura e esses efeitos, em geral, caso apareçam, tem uma chance muito grande de serem autolimitados, se resolverem em poucos dias, serem leves, então qualquer situação que seja de atenção dos pais é possível sempre consultar o pediatra pra ver qual a melhor forma de fazer o manejo, mas os pais podem ficar mais tranquilos porque o imunizante tem se mostrado bastante seguro nessa população."
Estudos clínicos realizados no Chile também mostraram que as crianças vacinadas possuem maior número de anticorpos e menos reações à vacina em relação aos adultos.
Doses e distribuição
Para vacinar, os responsáveis devem apresentar um documento de identificação da criança, de preferência o CPF.
A vacinação deve começar por todas as crianças imunocomprometidas dessa faixa etária. Na sequência, as doses serão destinadas às crianças de quatro anos e, depois, às de três anos.
A pasta ainda reafirma que a imunização de crianças de cinco a 11 anos deve ser feita com a vacina da Pfizer, que já está aprovada para essa faixa etária.
Quem já está aplicando
As capitais São Luis (MA), Manaus (AM), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Belém (PA), Boa Vista (RR) e Rio de Janeiro já haviam começado a aplicação das doses na segunda-feira, a partir da recomendação do Ministério da Saúde lançada ainda na semana passada. Agora, a partir da divulgação das demais orientações, outros municípios estão iniciando as imunizações.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, a vacinação começa nesta quarta. Na capital existem 313 mil crianças de três e quatro anos, sendo 15 mil crianças com comorbidades, que possuem alguma deficiência ou crianças indígenas, que serão priorizadas no processo.