Rio de Janeiro, 23 de Julho de 2025

Reino Unido torna obrigatórias aulas contra misoginia em 2026

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Quarta, 16 de Julho de 2025 às 13:30, por: CdB

As instituições são incentivadas a começar a adotar as novas diretrizes já no próximo ano letivo, com a meta de implantação total até setembro de 2026.

Por Redação, com CartaCapital – de Londres

A partir de setembro de 2026, todas as escolas de ensino fundamental e médio do Reino Unido deverão oferecer cursos obrigatórios voltados ao combate da misoginia. A medida faz parte de novas diretrizes educacionais divulgadas na terça-feira pelo Ministério da Educação britânico.

Reino Unido torna obrigatórias aulas contra misoginia em 2026 | Escola primária em Londres – Philafrenzy/CC BY-SA 4.0
Escola primária em Londres – Philafrenzy/CC BY-SA 4.0

O conteúdo será uma atualização do programa de educação sobre sexualidade e saúde (RSHE), com foco na conscientização dos jovens sobre a crescente disseminação de discursos misóginos na internet, especialmente aqueles promovidos por influenciadores ligados ao masculinismo, como Andrew Tate.

O ministério ressaltou que a proposta não busca estigmatizar os adolescentes, mas oferecer modelos positivos de masculinidade e fortalecer o pensamento crítico diante de conteúdos nocivos.

Além de abordar o ódio virtual — como o movimento “incel”, que reúne homens que culpam as mulheres por sua condição de solteiros —, as escolas também deverão tratar de temas como inteligência artificial, manipulação digital (os chamados “deepfakes”) e a ligação entre pornografia e misoginia.

As instituições são incentivadas a começar a adotar as novas diretrizes já no próximo ano letivo, com a meta de implantação total até setembro de 2026.

Dados do Ministério da Educação mostram que 54% dos jovens britânicos entre 11 e 19 anos afirmam já ter ouvido ou visto comentários misóginos.

Violência

Durante a campanha que o levou ao cargo em julho de 2024, o Partido Trabalhista se comprometeu a reduzir pela metade os índices de violência contra mulheres e meninas no prazo de dez anos.

No início de 2025, o primeiro-ministro Keir Starmer anunciou que a série da Netflix Adolescência, que mostra os efeitos negativos dos discursos masculinistas nas redes sociais, será exibida nas escolas.

Starmer também defendeu a importância de um debate amplo sobre formas de impedir que adolescentes do sexo masculino sejam levados por discursos de ódio e misoginia.

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