Apesar da manifestação ter sido pacífica, os policiais atiraram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, usando spray de pimenta contra os manifestantes nas proximidades da ponte Duarte Coelho, região central da cidade.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
A Polícia de Militar de Pernambuco reprimiu com violência a manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro, no último sábado, realizada na capital Recife. A vereadora Liana Cirne (PT), agredida com gás de pimenta, afirma que a truculência policial foi coordenada e considera que a tropa teve a disposição de “ferir ou matar” os manifestantes.
A parlamentar afirma que a ação policial foi ordenada por alguém. "Todos os vídeos mostram que os manifestantes só fugiram para se proteger"
Apesar da manifestação ter sido pacífica, os policiais atiraram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, usando spray de pimenta contra os manifestantes nas proximidades da ponte Duarte Coelho, região central da cidade. A vereadora, que também é advogada, tentou conversar com os policiais que atiravam contra a população, mas foi atingida pelo spray a poucos metros de distância.
– Todos os vídeos mostram que os manifestantes só fugiram para se proteger, não havia confronto. A ação policial foi de perseguição sob um comando para esse ato, houve um planejamento para essa emboscada. Eles estavam dispostos a ferir ou matar pessoas – disse em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, no Jornal Brasil Atual.
Violência policial
Dois homens perderam a visão de um olho após serem atingidos por tiros de bala de borracha a curta distância, disparados por policiais na capital pernambucana, durante as manifestações contra Bolsonaro.
O adesivador Daniel Campelo da Silva, 51 anos, e o arrumador Jonas Correia de França, 29, foram atingidos no rosto e tiveram lesões permanentes. Daniel, no olho esquerdo, e Jonas, no olho direito.
Liana Cirne acredita que sua intervenção foi importante para frear a truculência policial. Ela relata que os PMs estavam descontrolados. “Fui foi tentar conversar com os policiais e vimos um grupo gigante de pessoas correndo e pedindo socorro. Então, peguei minha carteira de vereadora e fui até a viatura. Quando mostrei a minha identificação, achei que se acalmariam, mas ficaram mais raivosos. E não me arrependo, pois se não fizesse isso, teríamos mais pessoas cegas”, disse ela.
O governador Paulo Câmara (PSB) disse que o comandante da operação e quatro policiais militares envolvidos na agressão à vereadora do Recife foram afastados das funções e estão sob investigação.
– O governador Paulo Câmara disse que os PMs descumpriram as ordens do governo do estado. Ele não está alinhado, teoricamente, com o governo Bolsonaro, porém o bolsonarismo está infiltrado nas polícias e vimos essa possibilidade na prática em Pernambuco. Isso é um sinal de alerta a todos os governadores do Brasil – finalizou.