Segundo a PRF, 834 manifestações foram desfeitas. Os grupos ocupam as rodovias ilegalmente após o anúncio do resultado da votação. Na segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a corporação e as polícias militares estaduais tomassem as medidas necessárias para desobstruir as vias.
Por Redação, com RBA - de Brasília
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que, às 6h desta quinta-feira, havia 86 bloqueios em rodovias federais do país, realizados por grupos contrários ao resultado das eleições do último domingo. O total é menor que o registrado no início da manhã dessa quarta-feira, quando havia 167 pontos de retenção. O Distrito Federal e 15 Estados não têm ocorrências.
Segundo a PRF, 834 manifestações foram desfeitas. Os grupos ocupam as rodovias ilegalmente após o anúncio do resultado da votação. Na segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a corporação e as polícias militares estaduais tomassem as medidas necessárias para desobstruir as vias.
Às 7h54 desta quinta-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou em uma rede social que havia 158 pontos de bloqueio, número diferente do divulgado pela PRF.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou, na quarta-feira, um vídeo nas redes sociais em que fez um apelo para a desobstrução das rodovias.
– Eu quero fazer um apelo a você, desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Não vamos perder nós, aqui, a nossa legitimidade – disse Bolsonaro.
Segundo o presidente, o fechamento das vias prejudica o direito de ir e vir, o que está previsto na Constituição. “E nós sempre estivemos dentro dessas quatro linhas. Eu tenho que respeitar o direito de outras pessoas que estão se movimentando, além de prejuízo a nossa economia”, continuou.
Omissão em relação aos bloqueios
O Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Polícia Federal (PF) investigue possíveis crimes cometidos pelo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Segundo o ofício, o inquérito deve apurar blitz realizadas pela corporação durante o segundo turno das eleições e omissão em relação aos bloqueios em rodovias.
O MPF diz que, se comprovada omissão do diretor da PRF sobre o bloqueio nas vias federais, o caso pode ser considerado prevaricação. Além disso, Silvinei Vasques – que declarou apoio a Bolsonaro na eleição – pode responder por “crimes praticados por invasores de rodovias”.
A prevaricação está configurada quando o funcionário público retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou age contra regra expressa em lei, “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. A pena é de detenção de três meses a um ano, e multa.