Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Presidentes do Brasil e da Argentina se desentendem, em público

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Quinta, 08 de Julho de 2021 às 13:58, por: CdB

Pelas regras do Mercosul, mudanças no bloco somente poderão ocorrer se houver consenso entre os quatro países-membros. Para o Brasil, isso na prática funciona como um veto da Argentina, que é contrária às medidas de "modernização" defendidas pelo governo brasileiro e Uruguai.

Por Redação, com agências internacionais - de Brasília

Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da Argentina, Alberto Fernández, desentenderam-se nesta quinta-feira, durante a abertura da cúpula de chefes de Estado do Mercosul, na ocasião da passagem da Presidência do bloco do país vizinho para os brasileiros. Ficou claro, no encontro, o antagonismo quanto aos principais pontos de impasse atuais do bloco. Ambos se posicionaram em discursos opostos e lançaram farpas, de parte a parte.

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Alberto Fernandez e Bolsonaro não se entendem desde a eleição do primeiro para a Presidência da Argentina

Alberto Fernández chegou a usar o termo “consenso”, por várias vezes, ao frisar que este formaa “espinha dorsal” do tratado de criação do Mercosul, que completou 30 anos em 2021.  O mandatário brasileiro, por sua parte, frisou que usar como veto a regra que determina que as decisões do bloco devem ser consensuais terá efeito de consolidar um ceticismo quanto ao Mercosul.

Pelas regras do Mercosul, mudanças no bloco só podem ser feitas se houver consenso entre os quatro membros. Para o Brasil, isso na prática funciona como um veto da Argentina, que é contrária às medidas de "modernização" defendidas pelo governo brasileiro e pelo Uruguai.

Presidência

Bolsonaro deixou claro que a prioridade da Presidência brasileira do bloco, que se estende pelos próximos seis meses, será perseguir a flexibilização de regras. Os governos dos quatro integrantes do bloco sul-americano, que tem ainda Paraguai e Uruguai, se revezam na presidência a cada semestre.

O clima de embate entre os dois mandatários demonstrado nesta quinta-feira apenas enfatiza a falta de ânimo entre os membros do Mercosul, que vêm se desentendendo desde o início do ano. Na véspera, durante reuniões preparatórias, o clima “azedou”  depois que o Uruguai anunciou que partiria em busca de novos parceiros fora do bloco. Pelas regras do Mercosul, apenas são aprovadas tratativas comerciais bilaterais que não incluam a redução da tarifa externa comum (TEC), cobrada pelo bloco na importação de outros países.

A revisão da TEC é outro ponto que divide o grupo. O presidente argentino reforçou o pedido de que os países levem em consideração o impacto de uma mudança na tarifa para alguns setores produtivos, principalmente em um momento de crise econômica gerada pela pandemia de coronavírus.

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